TY - JOUR AU - Dantas, Cláudio Rejane da Silva AU - Massoni, Neusa Teresinha PY - 2019/12/30 Y2 - 2024/03/29 TI - UM ESTUDO DE OBSERVAÇÃO E “ESCUTA” EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICAS: A “ARTE DE FAZER” A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE PROFESSORAS DE CIÊNCIAS NATURAIS JF - Investigações em Ensino de Ciências JA - IENCI VL - 24 IS - 3 SE - DO - 10.22600/1518-8795.ienci2019v24n3p31 UR - https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/1217 SP - 31-58 AB - <p><span lang="PT-BR">Este artigo busca apresentar parte dos resultados de uma pesquisa mais ampla que investigou o processo de avaliação da aprendizagem, centrando no componente curricular Física no âmbito da disciplina de Ciências, anos finais do Ensino Fundamental, em escolas públicas do Município de Porto Alegre, RS, coordenadas pela Secretaria Municipal de Educação. Adotamos a abordagem da pesquisa qualitativa e o estudo de caso na acepção de Stake (2011). Realizamos estudos distintos envolvendo, ao todo, dez escolas públicas. Este texto focaliza resultados de observação e escuta das práticas cotidianas escolares através da promoção da escuta de longos diálogos em diferentes momentos, e imersão na sala de aula junto a três professoras de Ciências para compreender os “modos de fazer” a avaliação dessas professoras (três estudos de casos, um em cada escola), bem como captar o significado da avaliação na perspectiva de estudantes. A partir da análise da legislação brasileira e de uma revisão da literatura e de posturas teóricas surgiu a necessidade de buscarmos compreender as artes de fazer a avaliação da aprendizagem, as fabricações e “invenções anônimas” de professoras de Ciências, aqui reveladas como táticas de resistências na perspectiva da teoria das práticas e invenções cotidianas de Certeau (2014). Evidenciamos que as professoras fazem uso de estratégias e táticas em um processo criativo de subversão das normas que lhes são impostas para avaliar, como forma de resistência. Os três estudos mostram a riqueza de dar a palavra e a necessidade de proceder à escuta de professores, que é, ao mesmo tempo, uma escuta externa e uma escuta de si para compreender seus modos de fazer a avaliação, suas “bricolagens” para enfrentamento de problemas de várias ordens (violência, infrequência, ausência de sonhos e expectativas nos estudantes, desvalorização profissional, políticas desencontradas, salários defasados, etc.). A escuta da palavra parece auxiliar na reinvenção de suas histórias, como professoras, diminuir a angústia frente às pressões e revela também demandas da escola à academia. Os estudantes dizem que o professor deveria ouvi-los mais e não avaliar apenas o quanto eles dominam o conteúdo. Desta forma, observação e escuta do cotidiano escolar pode estar se revelando um passo inicial indispensável para a construção de políticas públicas e melhorias do processo avaliativo.</span></p> ER -