(RE)SIGNIFICADOS DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANÁLISE DO PROCESSO DE SEMIOSE DO CONCEITO DE CAMUFLAGEM EM DESENHOS ANIMADOS

Autores

  • Paloma Alves Marinho Lucena Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo/câmpus São Paulo Rua Pedro Vicente, 625, São Paulo, São Paulo, Brasil
  • André Perticarrari Instituto Federal de São Paulo, Câmpus São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n2p122

Palavras-chave:

Desenho animado, biologia, semiose, análise semiótica

Resumo

Este trabalho busca responder como ocorre a (re)significação de conceitos e termos relacionados a ciência na linguagem da animação, com intuito de evidenciar quais elementos simbólicos os desenhos animados utilizam para representar os conceitos científicos das ciências biológicas. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa em que se realizou análise semiótica de desenhos animados, tais como “Show da Luna”, “Aventuras com os Kratts” e “Natugato”, ancorada na teoria Peirciana. Conjectura-se que a relevância deste estudo provém da possibilidade de compreensão do processo de semiose que ocorre entre os signos analisados (desenhos animados e material acadêmico). Considera-se a possibilidade da utilização dos desenhos animados com temáticas científicas como recurso não formal para a popularização das ciências, que ao receber um olhar crítico, pode ser utilizado como ferramenta pedagógica. De acordo com os resultados, percebeu-se que os episódios analisados podem ser considerados como recurso que apresenta aspectos próprios da ciência, de maneira simples e clara.Observou-se uma ressignifiação da linguagem científica para a do entretenimento, o uso e a presença de alguns símbolos característicos da Biologia em todos os episódios. Além disso, verificou-se que os elementos caracteríticos da animação (som, música, repetição e transição de imagens, zoom-in e zoom-out) são utilizados tanto para marcar as etapas do trabalho científico (elaboração do problema, levantamento de hipoteses, testes e experimentos, possível explicação/solução do problema, conclusão e divulgação das conclusões), quanto na apresentação dos conceitos e fenômenos da Biologia. Em geral os conceitos de Biologia abordados nesses episódios estão em consonância com o material acadêmico comparado.

Referências

Andrade, L. L. S., Scareli, G., & Estrela, L. R. (2012). As animações no processo educativo: Um panorama da história da animação no Brasil. In Anais do VI Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. São Cristovão, SE. Recuperado de https://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/10177

Aventuras com os kratts. (2017). Quarta temporada: O louva-a-deus dos Kratts. Criação de Martin Kratt e Chris Kratt. Realização de Kratt Brothers Company Ltd. Toronto: 9 Story Media Group Inc. 20 min58s, son, col., série exibida pela Discovery Kids Brasil. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=2B9ZyB0NyHw&feature=youtu.be

Bertolli Filho, C. (2007). A divulgação científica na mídia impressa: as ciências biológicas em foco. Ciência & Educação (Bauru), 13(3), 351-368. https://doi.org/10.1590/S1516-73132007000300006

Duque, L. C. R. (2010). A influência dos filmes de animação na aprendizagem de zoologia: os conceitos construídos por alunos do Ensino Fundamental II de São Paulo. (Monografia). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP.

Fernandes, A. H. (2003). As mediações na produção de sentido das crianças sobre os desenhos animados. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/4371/4371_1.PDF

Leles, D. G., & Miguel, J. R. (2017). Desenho animado como instrumento de ensino das ciências. Revista de Educação, Ciências e Matemática, 7(1), p.153-164. Recuperado de http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/view/4343

Lisboa, I. A. (2012). O uso do desenho animado como recurso didático: Filme Rio. (Monografia). Faculdade de Planaltina. Universidade de Brasília, Brasília, DF. Recuperado de https://bdm.unb.br/bitstream/10483/4054/1/2012_IaraAlvesLisboa.pdf

Marandino, M., Selles, S. E., & Ferreira, M. S. (2009). Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo, SP: Cortez.

Mesquita, N. A. S., & Soares, M. H. F. B. (2008). Visões de ciência em desenhos animados: uma alternativa para o debate sobre a construção do conhecimento científico em sala de aula. Ciência & Educação (Bauru), 14(3), 417-429. https://doi.org/10.1590/S1516-73132008000300004

Moraes, C. B.; Souza, L. S., & Dias, V. B. (2013). Uso de desenho animado como elemento motivador nas aulas de ciências: Uma experiência na abordagem do tema fungos. In Anais do V Encontro Regional de Ensino de Biologia do Nordeste, Natal, RN.

Moreira, I. C., & Massarani, L. (2002). Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil. In L. Massarini,, I. C. Moreira, & F. Brito, (Orgs.). Ciência e Público: caminhos da divulgação científica no Brasil (pp. 43-64). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de http://www.redpop.org/wp-content/uploads/2015/06/Ci%C3%AAncia-e-P%C3%BAblico-caminhos-da-divulga%C3%A7%C3%A3o-cient%C3%ADfica-no-Brasil.pdf

Natugato (2018). Primeira temporada: O Sr. Esconderijo. Produção: Criação de Martin Kratt e Chris Kratt. Realização de Kratt Brothers Company Ltd. Toronto: 9 Story Media Group Inc, 2017. 11min46s, son,col., série exibida pela Discovery Kids Brasil. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=yQ1DfMh43HY

Netto, J. T. C. (1980). Semiótica, Informação e comunicação. São Paulo, SP: Perspectiva.

Oliveira, D. M.S., & Morais-Shihmizu, A. (2011). A criança e o desenho animado: concepções sobre os desenhos mais assistidos e os personagens preferidos. In Cadernos de resumos do Encontro Nacional de Estudos da Imagem, Londrina, PR. Recuperado de

http://www.uel.br/eventos/eneimagem/anais2011/trabalhos/pdf/Dilian%20Martin%20Sandro%20de%20Oliveira.pdf

O Show da Luna (2017). Segunda temporada completa. Direção: Celia Catunda, Kiko Mistrorigo. Manaus-AM: Sony DADC Brasil3 DVDs (289 min.), Dolby digital, color.

Paula, E. S., & Nascimento Junior, A. F. (2014). O desenho animado como ferramenta pedagógica: relato de uma experiência na disciplina de ensino de ciências. Revista da SBEnBIO, 7, p. 1662-1663. Recuperado de https://docplayer.com.br/15946083-O-desenho-animado-como-ferramenta-pedagogica-relato-de-uma-experiencia-na-disciplina-de-ensino-de-ciencias.html

Peirce, C. S. (2005). Semiótica. São Paulo, SP: Perspectiva.

Pinto, J. (1995). 1,2,3 da Semiótica. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG.

Pinto, J. (1996). Semiótica e informação. Perspectivas em Ciências da Informação, 1(1), p. 87-92,

Prestes, L. M. (2017). O que aprendemos com o show da Luna? Mídia, divulgação científica e protagonismo feminino: desafios postos à docência na área de ciências da natureza na educação básica. In Anais do 7º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação. Canoas, RS. Recuperado de http://www.2017.sbece.com.br/site/anaiscomplementares2?AREA=5

Queiroz, J. (2004). A Semiose segundo C.S. Peirce. São Paulo, SP: EDUC, Fapesp.

Rosa, L. R. (2016) O filme de animação O Lorax: em busca da trúfula perdida na perspectiva dos estudos culturais. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG. Recuperado de

https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/14033/1/FilmeAnimacaoLorax.pdf

Rosa, C. A., Oliveira, A. D. A., & Rocha, D. C. (2018). Utilizando desenhos animados no ensino de ciências. Experiências em Ensino de Ciências, 13(2), 30-40. Recuperado de http://if.ufmt.br/eenci/?go=artigos&idEdicao=62

Ricklefs, R. E. (2003). A economia da natureza. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan.

Santaella, L. (1983). O que é semiótica. São Paulo, SP: Brasiliense.

Santaella, L. (2001). Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal. Aplicações na hipermídia. São Paulo, SP: Editora Iluminuras.

Santaella, L. (2002). Semiótica aplicada. São Paulo, SP: Pioneira Thomson Learning.

Santos, P. C. (2010). A utilização de recursos audiovisuais no ensino de ciências: Tendências entre 1997 e 2007. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-26042010-092942/publico/Dissertacao_Priscilla_Carmona.pdf

Scalfi, G. A. M., & Oliveira, M.M. (2014). Ciência Na Tv: Uma Análise das Representações Veiculadas na Série Infantil Sid, O Cientista. In Actas do Congresso Latino Americano de Investigadores da La Comunicación, Lima, Peru. Recuperado de http://congreso.pucp.edu.pe/alaic2014/wp-content/uploads/2014/11/GT4-Scalfi-Oliveira.pdf

Silva, M. R., & Carneiro, M. H. S. (2006). Popularização da Ciência: Análise de uma situação não-formal de Ensino. In Anais da Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação. Caxambu, MG.

Siqueira, D. C. O. (2002). Ciência e poder no universo simbólico do desenho animado. In Massarini, L., Moreira, I. C. & Brito, F. (org.). Ciência e Público: caminhos da divulgação científica no Brasil (pp. 107-119). Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de http://www.redpop.org/wp-content/uploads/2015/06/Ci%C3%AAncia-e-P%C3%BAblico-caminhos-da-divulga%C3%A7%C3%A3o-cient%C3%ADfica-no-Brasil.pdf

Sulaiman, S. N. (2011) Educação ambiental, sustentabilidade e ciência: o papel da mídia na difusão de conhecimentos científicos. Ciência & Educação (Bauru), 17(3), p. 645-662. https://doi.org/10.1590/S1516-73132011000300008.

Townsend, C. R., Begon, M., & Harper, J. L. (2006). Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre, RS: Artmed.

Trivelato, S. F., & Silva, R. L. F. (2011). Ensino de ciências. São Paulo, SP: Cengage Learning.

Downloads

Publicado

2020-08-31

Como Citar

Lucena, P. A. M., & Perticarrari, A. (2020). (RE)SIGNIFICADOS DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANÁLISE DO PROCESSO DE SEMIOSE DO CONCEITO DE CAMUFLAGEM EM DESENHOS ANIMADOS. Investigações Em Ensino De Ciências, 25(2), 122–147. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n2p122

Edição

Seção

Artigos