AÇÕES DISCENTES E A RELAÇÃO COM O SABER EM AULAS DE MATEMÁTICA, FÍSICA E QUÍMICA
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p86Palavras-chave:
Aprendizagem, Relação com o saber, Matriz do Estudante, Ação discenteResumo
Este artigo apresenta uma proposta para análise das ações discentes e das relações didático-pedagógicas estabelecidas em sala de aula para as disciplinas de Matemática, Física e Química. A investigação tem como aporte teórico a teoria da relação com o saber de Charlot (2000), o conceito de atividade e ação abordado por Leontiev (2014) e a Matriz do Estudante, um instrumento teórico-metodológico desenvolvido por Arruda, Benicio e Passos (2017). A questão que norteou esta investigação foi: como as ações discentes estão relacionadas com o saber, com o ensinar e com o aprender em aulas de Matemática, Física e Química? Os procedimentos metodológicos adotados pautaram-se naquilo que nos apresenta a Análise Textual Discursiva. Os documentos investigados foram notas de campo realizadas em situação de observação das aulas e as transcrições das gravações em áudio e vídeo ocorridas em um curso de Ensino Médio e Técnico Integrado de um Instituto Federal do Paraná. As análises realizadas apontaram que para a relação discente com o professor e seu ensino: na dimensão epistêmica houve o predomínio de ações referentes à organização; na dimensão pessoal a organização também esteve em destaque além das ações de interação de aprendizagem com a professora; na dimensão social destacaram-se as ações de natureza dispersiva. Quando focamos na relação discente com sua aprendizagem temos que: para as dimensões epistêmica e pessoal as ações relativas à interação com a professora foram mais frequentes; na dimensão social mantiveram-se as interações sociais que dispersavam os estudantes das atividades da aula. Não foram encontradas ações que indicassem como os estudantes avaliaram a relação do professor com os saberes escolares/profissionais.Referências
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