DOCÊNCIA, VIDA E TRABALHO: UM OLHAR SOBRE A CONSTITUIÇÃO DOS SABERES DE PROFESSORES DE BIOLOGIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2022v27n2p116Palavras-chave:
Educação Profissional, Ensino de Biologia, Saberes docentes.Resumo
Este artigo é resultado de uma investigação de mestrado sobre os trajetos de vida e formação de professores de Biologia que atuam na Educação Profissional Técnica de Nível Médio – EPTNM desenvolvida na modalidade integrada, o Ensino Médio Integrado – EMI, em um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia localizado no estado do Rio Grande do Sul. Nesse contexto, objetivamos compreender os processos pelos quais se constituem os saberes que nutrem a ação profissional de seis docentes de Biologia da EPTNM. Tendo como base os pressupostos da pesquisa qualitativa descritos por Triviños (1987), o percurso metodológico desta investigação se fundamentou nas narrativas de vida e formação e nas entrevistas semiestruturadas como fonte do corpus documental, o qual foi submetido aos procedimentos da Análise de Conteúdo conforme Bardin (1977). Os resultados evidenciam que os saberes dos professores de Biologia da EPTNM florescem no decorrer de seus trajetos formativos, abrangendo as diversas dimensões de suas vivências pessoais e profissionais e, dessa forma, instituindo seus diversos modos de pensar e viver a docência.Referências
Antunes, R. (2009). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho (2a ed.). São Paulo, SP: Boitempo.
Arroyo, M. G. (2009). Ofício de mestre: imagens e auto-imagens (12a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Baier, A. P. D. F. D. O., & Arenhaldt, R. (2010). Matriciamentos e modelos da/na docência: a escrita de si nos memoriais formativos da especialização PROEJA. In R. Arenhaldt & T. B. I. Marques (Orgs.). Memórias e Afetos na Formação de Professores (pp. 189–204). Pelotas, RS: Ufpel.
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições70.
Borges, C., & Tardif, M. (2001). Apresentação. Educação & Sociedade, 22(74), 11–26. https://doi.org/10.1590/S0101-73302001000100002
Bragança, I. F. de S. (2012). Histórias de vida e formação de professores: diálogos entre Brasil e Portugal. Rio de Janeiro, RJ: Eduerj.
Brancher, V. R. (2019). Formação de professores nos IFs: desafios para a composição de um repertório de saberes na/para a EBPT. In F. S. das C. Silva & A. O. Nunes (Orgs.), Temas em educação profissional e tecnológica (pp. 39–52). Campos dos Goytacazes, RJ: Essentia. Recuperado de https://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/livros/article/view/14204
Brancher, V. R., & Oliveira, V. F. (2017). (Re)simbolização da docência: entre imaginários e saberes na defesa do protagonismo dos professores. In V. R. Brancher & V. F. Oliveira (Orgs.), Formação de professores em tempos de incerteza: imaginários, narrativas e processos autoformativos (pp. 29–42). Jundiaí, SP: Paco Editorial.
MEC – Ministério da Educação. (2020). Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Recuperado de http://cnct.mec.gov.br/
Campos, C. de M. (2013). Saberes docentes e autonomia dos professores. Petrópolis, RJ: Vozes.
Carvalho, A. M. P. de, & Gil-Pérez, D. (2011). Formação de professores de ciências: tendências e inovações (10a ed.). São Paulo, SP: Cortez.
Confortin, R., & Caimi, F. E. (2017). Constituição e Mobilização de Saberes Docentes: Perscrutando Práticas de Professores de Biologia no Ensino Médio. Revista Brasileira de Pesquisa Em Educação Em Ciências, 17(1), 157–181. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2017171157
Cruz, E. P. da, & Barzano, M. A. L. (2014). Saberes Docentes: um olhar para uma dimensão não exigida nas trajetórias de professores pesquisadores do curso de licenciatura em Ciências Biológicas. Investigações em Ensino de Ciências, 19(1), 117–139. Recuperado de https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/99
Cunha, M. I. da. (1988). A prática pedagógica do ‘bom professor’: influências na sua educação. (Tese de doutorado). Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.1988.17913
Cunha, M. I. da. (2006). Docência na universidade, cultura e avaliação institucional: saberes silenciados em questão. Revista Brasileira de Educação, 11(32), 258–371. https://doi.org/10.1590/S1413-24782006000200005
Cunha, M. I. da. (2013). O tema da formação de professores: trajetórias e tendências do campo na pesquisa e na ação. Educação e Pesquisa, 39(3), 609–626. https://doi.org/10.1590/S1517-97022013005000014
Duarte, R. (2004). Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar Em Revista, 24(24), 213–225. https://doi.org/10.1590/0104-4060.357
Ferreira, R. (1998). Entre o sagrado e o profano: o lugar social do professor (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Quartet Editora & Comunicação.
Fontana, C. S., Chiarani, E., Andretti, C. B., Repenning, M., & Steigleder, D. G. (2018). Aves que a gente vê nos campos. Porto Alegre, RS: Rede Campos Sulinos - UFRGS.
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa (10a ed.). São Paulo, SP: Paz e Terra.
Gariglio, J. Â., & Burnier, S. (2012). Saberes da docência na educação profissional e tecnológica: um estudo sobre o olhar dos professores. Educação em Revista, 28(1), 211–236. https://doi.org/10.1590/S0102-46982012000100010
Gauthier, C., Martineau, S., Desbiens, J. F., Malo, A., & Simard, D. (2013). Por uma teoria da pedagogia: pesquisas sobre o saber docente (3a ed.). Ijuí, RS: Editora Unijuí.
Hage, S. A. M. (2014). Transgressão do Paradigma da (multi)Seriação como referência para a construção da Escola Pública do Campo. Educação & Sociedade, 35(129), 1165–1182. https://doi.org/10.1590/ES0101-73302014144531
Imbernón, F. (2009). Formação permanente do professorado: novas tendências. São Paulo, SP: Cortez.
Jacobini, M. L. de P. (2011). Metodologia do trabalho acadêmico (4a ed.). Campinas, SP: Alínea.
Jacobucci, D. F. C. (2008). Contribuições dos espaços não-formais de educação para a formação da cultura científica. Revista Em Extensão, 7(1), 55–66. Recuperado de https://seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/20390
Josso, M.-C. (2004). Experiências de vida e formação. São Paulo, SP: Cortez.
Lopes, J. G. S., & Silva Junior, L. A. (2014). Estudo e caracterização do pensamento docente espontâneo de ingressantes de um curso de licenciatura em química. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 16(01), 131–148. https://doi.org/10.1590/1983-21172014160209
Macedo, R. S. (2015). Pesquisar a experiência: compreender/mediar saberes experienciais. Curitiba, PR: CRV.
Machado, L. R. de S. (2008). Diferenciais inovadores na formação de professores para a educação profissional. Revista Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica, 1(1), 8-22. https://doi.org/10.15628/rbept.2008.2862
Medeiros, W. S., Brancher, V. R., & Auler, N. M. F. (2021). O ensino de Biologia e a educação profissional: princípios, espaços e possibilidades. In V. R. Brancher, K. C. Drehmer-Marques, & S. E. B. Nonenmacher (Orgs.), Formação de professores no ensino de ciências (pp. 322–348).
Santo Ângelo, RS: Metrics. https://doi.org/10.46550/978-65-89700-32-6.322-348
Mizukami, M. da G. N. (1986). Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, SP: Epu.
Moraes, R. (1999). Análise de conteúdo. Revista Educação, 22(37), 7–32.
Oliveira, V. L. B. de, Klein, T. A. S., & Maistro, V. I. de A. (2010). Saberes dos Professores de Ciências Biológicas e a Realidade na Prática Pedagógica em Escolas Públicas. Contexto & Educação, 25(84), 127–142. Recuperado de https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/download/485/271
Oliveira, E. M., & Almeida, A. C. P. C. (2019). O espaço não formal e o ensino de ciências: um estudo de caso no centro de ciências e planetário do Pará. Investigações em Ensino de Ciências, 24(3), 345–364. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2019v24n3p345
Oliveira, E. S., & Barreto, D. A. B. (2021). Histórias de vida e formação: influências e motivações para a docência do ensino superior. Revista Docência Do Ensino Superior, 11, 1–18. https://doi.org/10.35699/2237-5864.2021.34584
Pimenta, S. G. (1999). Formação de professores: identidade e saberes da docência. In S. G. Pimenta (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente (pp. 15–34). São Paulo, SP: Cortez.
Silva Júnior, G. S., & Gariglio, J. Â. (2014). Saberes da docência de professores da educação profissional. Revista Brasileira de Educação, 19(59), 871–892. https://doi.org/10.1590/S1413-24782014000900004
Tardif, M. (2008). Saberes docentes e formação profissional (9a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, SP: Atlas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Willian da Silva Medeiros, Vantoir Roberto Brancher, Neiva Maria Frizon Auler
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A IENCI é uma revista de acesso aberto (Open Access), sem que haja a necessidade de pagamentos de taxas, seja para submissão ou processamento dos artigos. A revista adota a definição da Budapest Open Access Initiative (BOAI), ou seja, os usuários possuem o direito de ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar e fazer links diretos para os textos completos dos artigos nela publicados.
O autor responsável pela submissão representa todos os autores do trabalho e, ao enviar o artigo para a revista, está garantindo que tem a permissão de todos para fazê-lo. Da mesma forma, assegura que o artigo não viola direitos autorais e que não há plágio no trabalho. A revista não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.
Todos os artigos são publicados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Os autores mantém os direitos autorais sobre suas produções, devendo ser contatados diretamente se houver interesse em uso comercial dos trabalhos.