PERCEPÇÃO DOS MEDIADORES DE ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NÃO FORMAL SOBRE SEUS CONHECIMENTOS NAS DIFERENTES ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2023v28n2p308Palavras-chave:
Educação científica não formal, mediadores, conhecimento profissional, práticas de mediação, desenvolvimento profissionalResumo
A contribuição dos espaços de educação científica não formal para a melhoria do interesse e compreensão das ciências por parte dos visitantes depende, sobretudo, da mediação entre a exposição e o público realizada por mediadores[1]. A mediação de visitas guiadas é uma tarefa complexa que exige a mobilização de diferentes tipos de conhecimentos dos mediadores, que moldam as suas práticas educativas e, consequentemente, a experiência dos visitantes. Por isso, este trabalho buscou caracterizar as percepções dos mediadores de museus e centros de ciências, aquários, jardins botânicos e zoológicos brasileiros sobre seus conhecimentos. Para atingir esse objetivo, um questionário de percepção de conhecimentos foi aplicado com 78 mediadores de diferentes espaços educativos brasileiros. Isso nos permitiu caracterizar suas percepções do conhecimento do conteúdo, do contexto, dos visitantes e sua aprendizagem, e das estratégias de facilitação, reconhecendo diferenças nessas percepções de acordo com os anos de experiência do mediador. Da mesma forma, permitiu reconhecer três etapas de desenvolvimento profissional dos mediadores (inserção, estabilização e diversificação), discutir as diferentes necessidades formativas em cada uma delas e o seu potencial impacto nas práticas educativas dos mediadores. [1] Existe uma vasta gama de termos que se referem à mediação humana na educação não formal e não existe uma abordagem única sobre o que significa o seu papel (Daza-Caicedo et al., 2020; Specht & Loreit, 2021) Neste trabalho, se referirá a mediadores e educadores como aqueles profissionais voluntários ou contratados pelo espaço que realizam as visitas guiadas dos gruposReferências
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