Nem todo “chapeuzinho” é bom, nem todo lobo é mau: a Análise Textual Discursiva para além de uma metodologia de análise de informações empíricas
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci/2025v30n2p160Palabras clave:
Análise Textual Discursiva, Educação em Ciências, Fenomenologia, Hermenêutica, Sala de AulaResumen
A Análise Textual Discursiva (ATD), com gênese vinculada ao campo da Educação Química, tem ancorado o desenho teórico/metodológico de investigações de maneira crescente, não se restringindo a sua área fundante. Para além de se delinear como uma metodologia de análise de informações empíricas em pesquisas qualitativas, tem se configurado como um espaço/tempo de defesa em torno da pertinência de incorporarmos princípios da Fenomenologia e da Hermenêutica, seus pilares teóricos, no desenvolvimento de nossas ações de investigação e no escopo de nossas salas de aula. Diante dessa conjectura, nesse texto se intencionou compreender o contexto de formação de um componente curricular com foco na ATD, vinculado a um curso de pós-graduação, que fundamentou suas atividades nos princípios da mesma e na análise crítica de suas nuances teórico/práticas. Para tanto, os textos finais, elaborados pelos pós-graduandos, foram analisados mediante os pressupostos da ATD. Da análise emerge o argumento acerca da relevância de assumirmos a ATD como fenômeno a ser investigado e compreendido, além da potência de integrarmos, nos espaços de formação e ação pedagógica, fundamentos da Fenomenologia e Hermenêutica. Nesse ínterim, aflora a percepção da ATD enquanto uma potente proposta para ações em sala de aula com essa intencionalidade, diversificando suas aplicações, não restringindo a mesma, apenas, a categorização como metodologia de análise de informações empíricas.Referencias
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