A PERCEPÇÃO DOS LICENCIANDOS DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA E O CAMPO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2024v29n2p280Palavras-chave:
Educação antirracista, Formação inicial de professores, Educação para as Relações Étnico-RaciaisResumo
O Brasil é um país estruturalmente racista. Isso perpassa afirmar que o racismo está presente em diferentes instituições que compõem a sociedade, incluindo a escola. Assim, combater o racismo precisa ser uma pauta da Educação e, para isso, o campo das Relações Étnico-Raciais precisa estar sistematicamente presente nos cursos de licenciatura, inclusive de Ciências e Biologia. Considerando isso, esta pesquisa objetiva analisar a formação inicial de licenciandos de Ciências Biológicas, de uma Universidade estadual do sul da Bahia, para o debate das Relações Étnico-Raciais. Os dados foram coletados a partir de diálogos com os licenciandos em encontros formativos, e a análise foi feita com base na metodologia de Análise Textual Discursiva. Os resultados apontam que eles não se sentem preparados para fazer a articulação dos conteúdos de suas áreas com as Relações Étnico-Raciais, muito por essa abordagem não estar na sua formação inicial, mas que uma vez feita essa discussão, eles se mostram favoráveis e encontram possibilidades de inserção.Referências
Almeida, S. L. (2021). Racismo estrutural. São Paulo, SP: Jandaíra.
Cerezer, O. M., & Ribeiro, R. R. (2015). A formação de professores na fronteira: currículo e diversidade étnico-racial nos cursos de licenciatura em História (Mato Grosso, Brasil). In T. M. P. Müller, W. N. B. Coelho, & P. A. B. Ferreira (Org.). Relações Étnico-Raciais, formação de professores e currículo (pp. 101 – 137). São Paulo, SP: Livraria da Física.
Chizzotti, A. (2000). Pesquisa em Ciências Humanas e Socais (4a ed.). São Paulo, SP: Cortez.
Coelho, W. N. B., Regis, K. E., & Silva, C. A. F. (2021). Lugar da Educação das Relações Étnico-Raciais nos Projeto Políticos-Pedagógicos de duas escolas paraenses. Revista Êxitus, 11, 01-24. https://doi.org/10.24065/2237-9460.2021v11n1id1533
Coelho, W. N. B. (2018). Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (2003-2014): produção em teses, dissertações e artigos. Educar em Revista, 34(69), 97-122. https://doi.org/10.1590/0104-4060.57233
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia. (23a ed.). São Paulo, SP: Paz e Terra.
Freire, P. (1987) Pedagogia do oprimido (17a ed.). São Paulo, SP: Paz e Terra.
Goiz, J. A. Das teorias racialistas ao genocídio da juventude negra no Brasil contemporâneo: algumas reflexões sobre um país nada cordial. (2016). Revista do Corpo Discente do PPG-História da UFRGS, 8(19), 108-127. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/aedos/article/view/68758/40557
Gomes, N. L. (2005). Educação e relações raciais: refletindo sobre algumas estratégias de atuação. In K. Munanga (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília, DF: SECAD.
Gomes, N. L. (2019). O Movimento Negro Educador: saberes construídos na luta por emancipação (1a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Gomes, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. (2012). Currículo sem fronteiras, 12(1), 98-109. Recuperado de http://www.apeoesp.org.br/sistema/ck/files/5_Gomes_N%20L_Rel_etnico_raciais_educ%20e%20descolonizacao%20do%20curriculo.pdf
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Censo 2022. Ministério do Planejamento e Orçamento. Brasília, DF. Recuperado de https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/.
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2017). Democracia racial e homicídios de jovens negros na cidade partida. Ministério do Planejamento e Orçamento. Brasília, DF. Recuperado de https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/2/2017.
Jesus, J., Paixão, M. C., & Prudêncio, C. A. V. (2019). Relações étnico-raciais e o ensino de ciências: um mapeamento de pesquisas sobre o tema. Revista FAEEBA Educação e Contemporaneidade, 28(55), 221 – 236. https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2019.v28.n55.p221-236.
Jesus, J. (2018). As relações étnico-raciais na formação inicial dos licenciandos de ciências biológicas, química e física da Universidade Estadual de Santa Cruz – BA. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil. Recuperado de http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd/201610057D.pdf.
Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. (2003, 9 de janeiro). Institui a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, Diário Oficial da União. Brasília, DF: Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Recuperado de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm#:~:text=L10639&text=LEI%20No%2010.639%2C%20DE%209%20DE%20JANEIRO%20DE%202003.&text=Altera%20a%20Lei%20no,%22%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
Leopardi, M. T. (2002). Metodologia da pesquisa na saúde (2a. ed,). Florianópolis, SC: UFSC/ Pós-Graduação em Enfermagem.
Martins, E. S., & Pimenta, S. G. (2020). Diversidade Étnico-Racial, formação e trabalho docente (as)simetrias do trabalho docente. Revista Educação em Perspectiva, 11, 1-17. https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v11i.9036.
MEC – Ministério da Educação. (2004). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF: MEC/SEF. Recuperado de https://download.inep.gov.br/publicacoes/diversas/temas_interdisciplinares/diretrizes_curriculares_nacionais_para_a_educacao_das_relacoes_etnico_raciais_e_para_o_ensino_de_historia_e_cultura_afro_brasileira_e_africana.pdf
Moore, C. (2007). Racismo & Sociedade: novas bases epistemológicas para a compreensão do racismo na história (1a ed,). Belo Horizonte, MG: Mazza.
Moraes, R., & Galiazzi, M. do C. (2011). Análise textual discursiva. Ijuí, RS: Unijuí.
Moraes, R. (2003). Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela Análise Textual Discursiva. Ciência & Educação (Bauru), 9(2), 191-211. https://doi.org/10.1590/S1516-73132003000200004
Munanga, K. (2004). Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Silva, M. (2020). Cotas raciais na universidade brasileira e a ideologia da meritocracia. Revista Diálogo Educacional, 17(54). https://doi.org/10.7213/1981-416x.17.054.ds07
Silveira, J. C., & Fuch, a. M. L. (2018). A questão étnico-racial na Educação Básica: a escola no processo de “autoidentificação racial” das crianças e adolescentes. In: Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadoras/es em Serviço Social, Vitória, ES. Recuperado de https://periodicos.ufes.br/abepss/issue/view/938
UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz (2010). Projeto Acadêmico Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Ilhéus, BA: UESC.
Verrangia, D. (2016). Criações docentes e o papel do ensino de Ciências no combate ao racismo e à discriminação. Revista Educação em Foco, brasil1(1), 79-103. https://doi.org/10.22195/2447-524620162119657
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mariana Nô Xavier, Christiana Andrea Vianna Prudêncio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A IENCI é uma revista de acesso aberto (Open Access), sem que haja a necessidade de pagamentos de taxas, seja para submissão ou processamento dos artigos. A revista adota a definição da Budapest Open Access Initiative (BOAI), ou seja, os usuários possuem o direito de ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar e fazer links diretos para os textos completos dos artigos nela publicados.
O autor responsável pela submissão representa todos os autores do trabalho e, ao enviar o artigo para a revista, está garantindo que tem a permissão de todos para fazê-lo. Da mesma forma, assegura que o artigo não viola direitos autorais e que não há plágio no trabalho. A revista não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.
Todos os artigos são publicados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Os autores mantém os direitos autorais sobre suas produções, devendo ser contatados diretamente se houver interesse em uso comercial dos trabalhos.
