A FORMAÇÃO DE CONCEITOS COMO ASCENSÃO DO ABSTRATO AO CONCRETO: DA ENERGIA PENSADA À ENERGIA VIVIDA
Palabras clave:
formação de conceitos, conceitos científicos e cotidianos, energia, dialogia, mediação semiótica, ensino de ciênciasResumen
O desenvolvimento de conceitos científicos tem sido normalmente descrito como uma passagem da esfera concreta da vida cotidiana aos princípios abstratos da ciência, de maior generalidade. Neste artigo, argumentamos que a apropriação do conceito científico se realiza no retorno, em um patamar mais elevado de elaboração conceitual, ao concreto, o que implica uma passagem do concreto dado ao concreto pensado e recriado. Na primeira parte do artigo buscamos identificar, no percurso intelectual de Vigotski e na Filosofia da Linguagem de Bakhtin, elementos para fundamentar tal perspectiva. Em Vigotski, discutimos o método dialético da pesquisa, o conceito de mediação semiótica e suas implicações na formação de conceitos, as relações entre conceitos científicos e cotidianos, e o papel do concreto e do abstrato no desenvolvimento de conceitos. Em Bakhtin, entendemos a formação de conceitos como produção de sentidos no diálogo entre vozes nas diversas esferas da vida social. Na segunda parte do artigo, apresentamos elementos empíricos para sustentar tal tese. Isso será feito por meio da análise dos sentidos evocados por estudantes de licenciatura do campo ao conceito de energia em narrativas produzidas por eles ao final de um módulo de estudos sobre o tema. Procuramos examinar de que modo os sujeitos dessa experiência povoam de novos sentidos, dialógica/dialeticamente, o conceito de energia. O principal resultado deste estudo é a identificação de uma hibridização de discursos, científico e cotidiano, nos esforços dos sujeitos em conferir sentidos pessoais e socialmente relevantes aos enunciados abstratos da ciência. Concluímos com algumas implicações desta tese para a pesquisa e a prática educativa.Descargas
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