AS LEISHMANIOSES E O LIVRO DIDÁTICO: COMO AS DOENÇAS ENDÊMICAS SÃO ABORDADAS NO ENSINO PUBLICO?
Palavras-chave:
calazar, estratégias de controle, ensino de zoologiaResumo
A leishmaniose visceral é uma zoonose de transmissão vetorial, considerada um problema de saúde pública no Brasil, em virtude da sua magnitude, letalidade e expansão geográfica. A doença tem como agente etiológico o tripanossomatídeo Leishmania infantum, sendo transmitida pela picada de Lutzomyia longipalpis, um inseto da ordem Diptera que possui hábitos hematofágicos. Considerada tipicamente rural, a doença surgiu no cenário urbano em Teresina, capital do Piauí, na década de 80, chegando a outros centros urbanos do país e produzindo vários surtos epidêmicos. O controle da doença, baseado na eutanásia de cães soropositivos, controle vetorial químico e tratamento dos doentes humanos, conforme estratégias preconizadas pelo Ministério da Saúde, não apresentam resultados satisfatórios, sendo imprescindível a integração de tais estratégias às ações de educação em saúde. Considerando o papel da escola na difusão do conhecimento e na promoção das ações de educação em saúde e, sobretudo, a importância do livro didático como uma ferramenta pedagógica importante para o processo ensino-aprendizagem, este estudo objetivou analisar como os livros que são adotados na rede pública do município de Floriano-PI, abordam as doenças endêmicas, particularmente, as leishmanioses. Critérios físicos, como aspectos da brochura e encadernação e aspectos relacionados aos conteúdos abordados foram utilizados nas análises. A seleção dos livros foi feita pelos professores e gestores das escolas com base no guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e posteriormente foram aprovados na avaliação pedagógica do Ministério da Educação. Os exemplares de cada nível de ensino (fundamental e médio) foram analisados segundo aspectos conceituais e físicos. A análise dos aspectos conceituais e metodológicos teve por base a literatura especializada e uma observação minuciosa das imagens que complementam o conteúdo. Os aspectos físicos foram avaliados segundo o tipo de encadernação, dimensões, tamanho da fonte e espaçamento empregado, ordem didática de apresentação do conteúdo e ilustrações. Verificou-se que há ausência de imagens ou ilustrações, quadros comparativos entre além da distinção entre as formas clínicas da doença, ou aspectos da transmissão, o que pode levar às concepções errôneas acerca dos mecanismos da transmissão e controle e dificultar a aprendizagem. Considerando os aspectos físicos, a encadernação e o texto são compatíveis com os níveis de ensino, facilitando a leitura e a compreensão. A análise indica que embora os livros didáticos configurem como uma ferramenta indispensável ao fazer pedagógico do professor, estes ainda abordam as doenças endêmicas de forma simplista, ficando a cargo do docente o papel de contextualizar a abordagem das endemias.Downloads
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