PRÁTICAS ESCOLARES DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DE DISSERTAÇÕES E TESES BRASILEIRAS (1972-2020)
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2024v29n3p349Palabras clave:
Física Moderna e Contemporânea, Ensino Médio, Estado da Arte, Ensino de Física, Práticas PedagógicasResumen
A Física Moderna e Contemporânea (FMC) está presente em nosso dia a dia, a partir de aparatos tecnológicos, notícias de jornais, exames médicos, localização por satélite, internet e tantos outros meios e recursos tecnológicos. Trata-se de temática do nosso cotidiano relevante para a educação escolar básica, em especial, no ensino de Física. Assim, esta pesquisa tem por objetivo identificar e analisar as dissertações e teses defendidas no período de 1972 a 2020 e que trataram de práticas pedagógicas sobre ensino de FMC no Ensino Médio (EM). O trabalho busca ressaltar as inovações e práticas pedagógicas tratadas pelas pesquisas acadêmicas selecionadas e os avanços e obstáculos enfrentados ao se abordar FMC no EM, tendo o seguinte problema de pesquisa: Quais as características e tendências teórico-pedagógicas das práticas de Física Moderna e Contemporânea propostas em dissertações e teses voltadas para o ensino de Física no nível médio? Caracteriza-se como uma pesquisa de estado da arte sobre a produção acadêmica brasileira relativa ao tema proposto. Localizamos 405 pesquisas a partir do Banco de Teses e Dissertações do Centro de Documentação em Ensino de Ciências da Faculdade de Educação da Unicamp, que abordavam a temática FMC; e selecionamos 162 trabalhos que tratavam especificamente da implementação de práticas pedagógicas no EM. A partir da leitura dos respectivos textos integrais, classificamos e analisamos os documentos de acordo com os seguintes descritores de Práticas Pedagógicas: Série Escolar, Temas de FMC, Conteúdos de FMC, Métodos e Estratégias de Ensino, Recursos e Materiais Didáticos, Referencial Teórico, Modelo Pedagógico. Dentre as 162 pesquisas, identificamos que a maioria implementou práticas na 3ª série do EM, tendo por temas mais abordados Física Quântica e Física Nuclear e, em menor quantidade, Física do Estado Sólido. Em relação aos métodos e estratégias de ensino, identificamos com maior frequência: utilização de aula expositiva, trabalho em grupo e levantamento e uso de conhecimentos prévios. Os recursos e materiais didáticos mais utilizados foram: internet, computador, apresentações eletrônicas e questionários e exercícios de fixação. Quanto aos modelos pedagógicos que fundamentaram as práticas, predominaram os modelos (Socio) construtivista (44%) e Ciência-Tecnologia-Sociedade (38%), embora tenhamos encontrado práticas condizentes com os modelos Tradicional, Redescoberta e Tecnicista, ressaltando que muitas pesquisas envolveram dois ou mais modelos pedagógicos nas práticas implementadas. Os resultados obtidos revelam a possibilidade de inserção da temática FMC no EM, evidenciando, inclusive, a variedade de opções teórico-metodológicas para a implementação de práticas sobre a temática.Referencias
André, M., Simões, R. H. S., Carvalho, J. M., & Brzezinski, I. (1999). Estado da arte da formação de professores no Brasil. Educação & Sociedade, 20(68),301-309. Recuperado de https://www.scielo.br/j/es/a/TJLC6dqDhsWxMMmYs8pkJJy/?format=pdf&lang=pt.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo (Trads. A. Pinheiro & L. A. Reto). São Paulo, SP: Edições 70.
Brockington, G., Siqueira, M., & Pietrocola, M. (2017). A realidade escondida: a inserção de conceitos de Física Quântica e de Física de Partículas no ensino médio. São Paulo, SP: Livraria da Física.
Carvalho, S. H. M., & Zanetic, J. (2004). Ciência e Arte, Razão e Imaginação: Complementos necessários à compreensão da Física Moderna. In Anais do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Física. Jaboticatubas, Minas Gerais, MG. Recuperado de http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/sys/resumos/T0094-1.pdf
D’Agostin, A. (2008). Física Moderna e Contemporânea: com a palavra professores do ensino médio. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR. Recuperado de https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/bitstream/handle/1884/18256/Dissertacao%20final%2020090314.pdf
Dias, C. M. (2015). Práticas pedagógicas de Educação Ambiental em Áreas Protegidas: um estudo a partir de dissertações e teses (1981-2009). (Tese de doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2015.956458
Fernandes, R. C. A. (2015). Inovações pedagógicas no ensino de Ciências dos anos iniciais: um estudo a partir de pesquisas acadêmicas brasileiras (1972-2012). (Tese de doutorado). Progrma de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2015.957771
Fernandes, R. C.A.,& Megid Neto, J. (2012). Modelos educacionais em 30 pesquisas sobre práticas pedagógicas no ensino de ciências nos anos iniciais da escolarização. Investigações em Ensino de Ciências, 17(3), 641-662. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/175
Kawamura, M. R. G., & Hosoume, Y. (2003). A contribuição da Física para um novo Ensino Médio. Física na Escola, 4(2), 22-27. Recuperado de https://www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num2/v4n2a09.pdf
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996, 23 de dezembro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, Diário Oficial de União. Brasília, DF: Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
MEC - Ministério da Educação e do Desporto (1999). Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, DF: MEC/SEF. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf
MEC - Ministério da Educação (2001). Diretrizes Nacionais Curriculares para os Cursos de Física. Brasília, DF: MEC/CNE. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1304.pdf
MEC - Ministério da Educação (2017). Base nacional comum curricular. Brasília. Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/docman/abril-2018-pdf/85121-bncc-ensino-medio/file
Megid Neto, J., & Carvalho, L. M. (2018). Pesquisas de estado da arte: fundamentos, características e percursos metodológicos. In G. M. L. Eschenhagen, G. Vélez-Cuartas, C. Maldonado, G.G. Pino (Eds.). Construcción de problemas de investigación: diálogos entre el interior y el exterior (pp. 97-113). Medellin, Colombia: Universidad Pontificia Bolivariana / Universidad de Antioquia.
Menezes, L. C. (2000). Uma Física para o novo Ensino Médio. Física na Escola, 1(1), 6-8. Recuperado de https://www1.fisica.org.br/fne/phocadownload/Vol01-Num1/artigo21.pdf
Nogueira, M. L. S. L. S. (2016). Práticas interdisciplinares em Educação Ambiental na educação básica: o que nos revelam as pesquisas acadêmicas brasileiras (1981-2012). (Tese de doutorado), Progrma de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2016.979777
Oliveira, F. F., Vianna, D. M., & Gerbassi, R. S. (2007) Física moderna no ensino médio: o que dizem os professores. Revista Brasileira de Ensino de Física, 29(3), 447-454. https://doi.org/10.1590/S1806-11172007000300016
Ostermann, F., & Moreira, M. A. (2000). Uma revisão bibliográfica sobre a área de pesquisa "Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio". Investigações em Ensino de Ciências, 5(1), 23-48. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/600/390
Ostermann, F.;, & Moreira, M. A. (2001). Atualização do currículo de Física na escola de nível médio: um estudo dessa problemática na perspectiva de uma experiência em sala de aula e da formação inicial de professores. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 18(2), 135-181. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6676/6144
Ostermann, F., & Ricci, T. F. (2002). Relatividade Restrita no Ensino Médio: contração de Lorentz-Fitzgerald e aparência visual de objetos relativísticos em livros didáticos de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 19(2), 176-190. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6620/6118
Silva, A. C., & Almeida, M. J. P. M. (2015). A noção de mobilização na associação da Física a objetos tecnológicos contemporâneos. Ciência e Educação (Bauru), 21(2), 417-434. https://doi.org/10.1590/1516-731320150020010
Teixeira, P. M. M. (2023). Estados da Arte: aparando arestas na compreensão dessa modalidade de pesquisa. Ciência & Educação, 29(e23034), 1-15. https://doi.org/10.1590/1516-731320230034
Terrazzan, E. A. (1992). A inserção da Física Moderna e Contemporânea no ensino de Física na escola de 2º grau. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 9(3), 209-214. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/7392/6785
Valente, L., & Kawamura, M. R. D. (2017). A Física Moderna e Contemporânea nas pesquisas em ensino de Física. In Anais do XXII Simpósio Nacional de Ensino de Física, São Carlos, São Paula, SP. Recuperado de https://sec.sbfisica.org.br/eventos/snef/xxii/sys/resumos/T0783-1.pdf
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Carla Nayelli Terra, Jorge Megid Neto

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
La IENCI es una revista de acceso libre (Open Access) y no hay cobro de ninguna tasa ya sea por el envío o procesamiento de los artículos. La revista adopta la definición de la Budapest Open Access Initiative (BOAI), es decir, los usuarios tienen el derecho de leer, descargar, copiar, distribuir, imprimir, buscar y hacer links directos a los textos completos de los artículos publicados en esta revista.
El autor responsable por el envío representa a todos los autores del trabajo y, al enviar este artículo para su publicación en la revista está garantizando que posee el permiso de todos para hacerlo. De igual manera, garantiza que el artículo no viola los derechos de autor y que no hay plagio en lugar alguno del trabajo. La revista no se responsabiliza de las opiniones emitidas en los artículos.
Todos los artículos de publican con la licencia Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0). Los autores mantienen sus derechos de autor sobre sus producciones y deben ser contactados directamente en el caso de que hubiera interés en el uso comercial de su obra.