A MOBILIZAÇÃO DO CONHECIMENTO TEÓRICO E EMPÍRICO NA PRODUÇÃO DE EXPLICAÇÕES E ARGUMENTOS NUMA ATIVIDADE INVESTIGATIVA DE BIOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2017v22n2p139Palabras clave:
Ensino por investigação, explicação, argumentação, experimentação, práticas epistêmicasResumen
Pautando-nos na ideia da Alfabetização Científica como um propósito do Ensino de Ciências e nas recentes proposições de que para alcançá-la devemos favorecer o engajamento dos estudantes em práticas da cultura científica, este trabalho pretende analisar a produção de explicações e argumentos numa atividade didática baseada em investigação a fim de caracterizar a mobilização pelos estudantes do conhecimento teórico e empírico ao se engajarem nessas práticas. Analisando os relatórios científicos elaborados pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio ao final da atividade investigativa sobre dinâmica populacional, evidenciamos a importância do conhecimento empírico referente ao contexto de investigação como repertório para a construção de explicações, especialmente quando os estudantes lidavam com dados anômalos ao modelo explicativo já conhecido. Esse conhecimento também se revelou importante para a produção de argumentos válidos, visto que a maior parte das justificativas empreendidas foi de natureza empírica, independente se os dados estavam ou não de acordo com o modelo explicativo já conhecido. Esses resultados reforçam a importância da participação dos estudantes em atividades investigativas, como já defendido por diferentes autores desta área de pesquisa, como também indicam que a prática de investigação propiciou o engajamento em práticas epistêmicas, pois o conhecimento sobre as condições experimentais e os procedimentos de coleta de dados forneceu repertório para a produção de explicações e argumentos. Por fim, discutimos a relevância desta pesquisa para o campo do Ensino de Biologia, buscando defender a promoção de atividades investigativas com enfoque experimental como possibilidade de integrar objetivos conceituais e epistêmicos e ultrapassar as dificuldades geradas pelas especificidades desta área do conhecimento em relação às demais disciplinas do campo das Ciências da Natureza.Citas
Berland, L. K., & Hammer, D. (2012). Framing for scientific argumentation. Journal of Research in Science Teaching, 49(1), 68-94. DOI: 10.1002/tea.20446
Berland, L. K., & McNeill, K. L. (2012). For whom is argument and explanation a necessary distinction? A response to Osborne and Patterson. Science Education, 96(5), 808-813. DOI:10.1002/sce.21000
Bowen, G. M., Roth, W. M., & McGinn, M. K. (1999). Interpretations of graphs by university biology students and practicing scientists: Toward a social practice view of scientific representation practices. Journal of Research in Science Teaching, 36(9), 1020-1043. DOI:10.1002/(sici)1098-2736(199911)36:9<1020::aid-tea4>3.0.co;2-#
Braaten, M., & Windschitl, M. (2011). Working Toward a Stronger Conceptualization of Scientific Explanation for Science Education. Science Education, 95(4), 639-669. DOI:10.1002/sce.20449
Bravo, B., Puig, B., & Jiménez-Aleixandre, M. P. (2009). Competencias en el uso de pruebas en argumentación Educación Quimica, De Aniversario, 137-142.
Chinn, C. A., & Malhotra, B. A. (2002). Epistemologically authentic inquiry in schools: A theoretical framework for evaluating inquiry tasks. Science Education, 86(2), 175-218. DOI:10.1002/sce.10001
De Chiaro, S., & Leitão, S. (2005). O Papel do Professor na Construção Discursiva da Argumentação em Sala de Aula. [O papel do professor na construção discursiva da argumentação em sala de aula]. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18(3), 350-357. DOI:10.1590/S0102-79722005000300009
DeBoer, G. E. (2000). Scientific literacy: Another look at its historical and contemporary meanings and its relationship to science education reform. Journal of Research in Science Teaching, 37(6), 582-601. DOI:10.1002/1098-2736(200008)37:6<582::AID-TEA5>3.0.CO;2-L
Driver, R., Newton, P., & Osborne, J. (2000). Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Science Education, 84(3), 287-312. DOI:10.1002/(sici)1098-237x(200005)84:3<287::aid-sce1>3.0.co;2-a
Duschl, R., & Grandy, R. (2008). Introduction to special issue: Science studies and science education. Science Education, 92(3), 385-388. DOI:10.1002/sce.20271
Duschl, R. A. (2008). Science education in three-part harmony: Balancing conceptual, epistemic, and social learning goals. In Kelly, G. J., Luke, A., & Green, J. (Orgs.). What Counts as Knowledge in Educational Settings: Disciplinary Knowledge, Assessment, and Curriculum (pp. 268-291): AERA / SAGE.
Erduran, S. (2007). Methodological Foundations in the Study of Argumentation in Science Classrooms. In Erdura, S., & Jiménez-Aleixandre, M. P. (Orgs.). Argumentation in Science Education. Perspectives from Classroom-Based Research (pp. 47-69). Dordecht, The The Netherlands: Springer.
Erduran, S., Simon, S., & Osborne, J. (2004). TAPping into argumentation: Developments in the application of Toulmin's argument pattern for studying science discourse. Science Education, 88(6), 915-933. DOI:10.1002/sce.20012|10.1002/sce.20012
Jimenez-Aleixandre, M. P., Mortimer, E. F., Silva, A. C. T., & Diaz, J. (2008). Epistemic Practices: an Analytical Framework for Science Classrooms. Paper presented at the Annual Meeting of the AERA, New York City, USA.
Jimenez-Aleixandre, M. P., Rodriguez, A. B., & Duschl, R. A. (2000). "Doing the lesson" or "doing science": Argument in high school genetics. Science Education, 84(6), 757-792. DOI:10.1002/1098-237x(200011)84:6<757::aid-sce5>3.0.co;2-f
Jiménez-Aleixandre, M. P., & Bustamante, J. D. (2003). Discurso de Aula y Argumentación en la Clase de Ciencias: Cuestiones Teóricas y Metodológicas. Enseñanza de las Ciencias, 21(3), 359-370.
Jiménez-Aleixandre, M. P., & Crujeiras, B. (2017). Epistemic Practices and Scientific Practices in Science Education. In Taber, K. S., & Akpan, B. (Orgs.), Science Education: An International Course Companion (pp. 69-80). Rotterdan/Boston/Taipei: Sense Publisher.
Jiménez-Aleixandre, M. P., & Erduran, S. (2007). Argumentation in Science Education: An Overview. In Erduran, S., & Jiménez-Aleixandre, M. P. (Orgs.). Argumentation in Science Education. Perspectives from Classroom-Based Research. (pp. 3-27). Dordecht, The Netherlands.: Springer.
Kelly, G. J. (2008). Inquiry, Activity, and Epistemic Practice. In Duschl, R. A., & Grandy, R. E. (Orgs.), Teaching Scienti?c Inquiry. Recommendations for Research and Implementation. (pp. 99-117). Rotterdam, The Netherlands: Sense Publishers.
Kelly, G. J., & Licona, P. Epistemic practices and science education. In Matthews, M. (Org.). History, philosophy and science teaching: New research perspectives. Dordrecht: Springer.
Kelly, G. J., & Takao, A. (2002). Epistemic levels in argument: An analysis of university oceanography students' use of evidence in writing. Science Education, 86(3), 314-342. DOI:10.1002/sce.10024
Krasilchik, M., & Marandino, M. (2007). Ensino de ciências e cidadania. São Paulo, SP: Editora Moderna.
Kuhn, T. S. (2013). A estrutura das revoluções científicas (12a ed.). São Paulo, SP: Editora Perspectiva.
Longino, H. E. (2002). The fate of knowledge. Princeton, NJ: Princeton University Press.
Manzoni-de-Almeida, D., Marzin-Janvier, P., & Trivelato, S. L. F. (2016). Análise das práticas epistêmicas nos relatórios de grupos de alunos do curso superior durante a execução de uma atividade investigativa de imunologia. Investigações em Ensino de Ciências, 21(2). DOI:10.22600/1518-8795.ienci2016v21n2p105
Mayr, E. (2005). Biologia, Ciência Única. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
McCain, K. (2015). Explanation and the Nature of Scientific Knowledge. Science & Education, 24(7-8), 827-854. DOI:10.1007/s11191-015-9775-5
Odum, E. P., & Barrett, G. W. (2011). Fundamentos de Ecologia (Tradução da 5a edição norte-americana). São Paulo: Cengage Learning.
Osborne, J. (2016). Defining a Knowledge Base for Reasoning in Science: The Role of Procedural and Epistemic Knowledge. In Duschl, R. A., & Bismack, A. S. (Orgs.). Reconceptualizing STEM Education: The Central Role of Practices. (pp. 215-231). New York/Oxon: Routledge Taylor & Francis.
Osborne, J. F., & Patterson, A. (2011). Scientific Argument and Explanation: A Necessary Distinction? Science Education, 95(4), 627-638. DOI:10.1002/sce.20438
Roth, W. M. (2013). Undoing decontextualization or how scientists come to understand their own data/graphs. Science Education, 97(1), 80-112. DOI:10.1002/sce.21044
Sandoval, W. A. (2003). Conceptual and epistemic aspects of students' scientific explanations. Journal of the Learning Sciences, 12(1), 5-51. DOI:10.1207/s15327809jls1201_2
Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. d. (2011). Alfabetização Científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, 16, 59-77.
Sasseron, L. H., & Duschl, R. A. (2016). Ensino de Ciências e as Práticas Epistêmicas: o papel do professor e o engajamento dos estudantes. Investigações em Ensino de Ciências, 21(2), 16. DOI:10.22600/1518-8795.ienci2016v21n2p52
Scarpa, D. L., & Silva, M. B. (2013). A Biologia e o ensino de Ciências por investigação: dificuldades e possibilidades. In Carvalho, A. M. P. d. (Org.). Ensino de Ciências por Investigação: Condições para implementação em sala de aula. (pp. 129-152). São Paulo, SP: Cengage Learning.
Silva, A. C. T. (2008). Estratégias enunciativas em salas de aula de química contrastando professores de estilos diferentes (MG). Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. Recuperado de http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FAEC-84KND6
Silva, M. B., & Trivelato, S. L. F. (2016). Propiciando o engajamento em práticas epistêmicas da cultura científica: uma proposta de atividade investigativa sobre dinâmica populacional. Revista de Ensino de Biologia da Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio), 9, 4932-4941. Recuperado de http://www.sbenbio.org.br/wordpress/wp-content/uploads/renbio-9/pdfs/2290.pdf
Simon, S., Erduran, S., & Osborne, J. (2006). Learning to teach argumentation: Research and development in the science classroom. International Journal of Science Education, 28(2-3), 235-260. DOI:10.1080/09500690500336957
Toulmin, S. E. (2006). Os usos do argumento. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Yin, R. K. (2014). Case Study Research: Design and Methods. Thousand Oaks, CA: SAGE Publications, Inc.
Zohar, A., & Nemet, F. (2002). Fostering students' knowledge and argumentation skills through dilemmas in human genetics. Journal of Research in Science Teaching, 39(1), 35-62. DOI:10.1002/tea.10008
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La IENCI es una revista de acceso libre (Open Access) y no hay cobro de ninguna tasa ya sea por el envío o procesamiento de los artículos. La revista adopta la definición de la Budapest Open Access Initiative (BOAI), es decir, los usuarios tienen el derecho de leer, descargar, copiar, distribuir, imprimir, buscar y hacer links directos a los textos completos de los artículos publicados en esta revista.
El autor responsable por el envío representa a todos los autores del trabajo y, al enviar este artículo para su publicación en la revista está garantizando que posee el permiso de todos para hacerlo. De igual manera, garantiza que el artículo no viola los derechos de autor y que no hay plagio en lugar alguno del trabajo. La revista no se responsabiliza de las opiniones emitidas en los artículos.
Todos los artículos de publican con la licencia Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0). Los autores mantienen sus derechos de autor sobre sus producciones y deben ser contactados directamente en el caso de que hubiera interés en el uso comercial de su obra.