A História e a Tradição Institucional na Concepção da Exposição “Biodiveridade: Conhecer para Preservar” do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci/2025v30n1p62Palabras clave:
exposição, biodiversidade, museus de história natural, história institucionalResumen
Este trabalho se propõe a compreender o processo de produção do discurso expositivo com foco na diversidade biológica da exposição “Biodiversidade: conhecer para preservar”, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo - MZUSP, a partir da sua história expositiva e institucional. Para tal empreendimento utilizou-se de fontes documentais e depoimentos orais de seis sujeitos que estiveram envolvidos na elaboração e concepção da exposição. Além disso recorreu-se a descrições de exposições anteriores a estudada neste artigo. A partir do cruzamento destes dados foi possível identificar que as pesquisas institucionais, as antigas exposições, seus objetos, determinados conteúdos, conhecimentos, narrativas, a temática da biodiversidade e as tradições acadêmicas pertencentes ao universo dos museus de História Natural foram componentes expressivos na composição do discurso expositivo da atual exposição. Ao final pode-se perceber que o MZUSP é um espaço de memória e, parece mesmo cumprir o papel de manter e transmitir determinadas heranças culturais relacionadas aos caminhos da História Natural, da Biologia, da Taxonomia e o conhecimento particular do ofício da taxidermia. Isto evidencia que o processo de elaboração da nova exposição não “inaugurou” ou criou uma narrativa “puramente” genuína sobre a biodiversidade, mas sim que produziu novos sentidos com base na narrativa anterior e nos demais repertórios de saberes e de práticas de seus elaboradores.Referencias
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