O processo de inclusão de um estudante cego em um curso de licenciatura em Física: uma análise das ações e contribuições do ambiente educacional
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci/2025v30n1p369Palabras clave:
Ensino de Física, Educação inclusiva, Deficiência visual, Educação superior, Educação especialResumen
Apresentam-se e discutem-se alguns dos resultados de uma investigação sobre o processo de inclusão de um estudante cego no curso de licenciatura em Física de uma universidade federal do Sudeste brasileiro. Tal investigação teve como objetivo identificar e compreender os elementos que constituíram aquele processo, sobretudo: os caminhos percorridos pelo estudante e o ambiente educacional, delimitado aos seus colegas, monitor, docentes e coordenadores do curso e do núcleo de acessibilidade, em relação às suas crenças, atitudes, aos recursos didáticos, às metodologias e estratégias de ensino; as relações entre o ensino comum e os apoios específicos ofertados àquele estudante, e suas implicações para o seu processo de inclusão no curso. As teorias histórico-cultural e do modelo social da deficiência embasaram a interpretação de tal processo. Foram entrevistados, individualmente: um estudante com cegueira adquirida, egresso da licenciatura em Física; cinco de seus docentes, sendo um docente e uma docente, respectivamente, os coordenadores de tal curso e do núcleo de acessibilidade; dois de seus colegas, sendo que um deles foi seu monitor. A análise dos dados constituídos por meio de tais entrevistas foi orientada pela Análise Textual Discursiva. Alguns documentos oficiais da Universidade e do curso foram tomados como fonte para a descrição e interpretação sobre a situação investigada. Os resultados apresentam alguns dos elementos que expressam um posicionamento ativo do ambiente educacional no processo educacional do estudante cego, os quais não culminaram, necessariamente, em uma exitosa compensação social, quais sejam: atitudes e estratégias com foco mais na promoção do acesso que na autonomia e independência do estudante cego no que tange à escrita e leitura da linguagem matemática; adequações em instrumentos e estratégias de avaliação, que variaram de acordo com a especificidade da disciplina, e se o instrumento utilizado envolvia o trabalho individual ou em grupo; substituição da disciplina Libras por um exame de proficiência do estudante cego na leitura e escrita em Braille.Referencias
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