REVISITANDO PROJETOS DE ENSINO DE FÍSICA NUMA PERSPECTIVA BAKHTINIANA
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2017v22n3p16Palabras clave:
Projetos de ensino de física, Sociologia da Educação, Análise do discurso, Gêneros do discursoResumen
Neste artigo, apontamos algumas correlações entre o contexto histórico-social da década de 1970 e a esfera do ensino de física da época, por meio da análise de enunciados expressos nos textos de dois projetos de ensino: O Projeto Física da Universidade de Harvard e o Projeto de Ensino de Física da Universidade de São Paulo. Dada a infinidade e complexidade das mediações entre sociedade e projeto, focamos nas mediações que se referem às esferas mais amplas da atividade social. Queremos delinear as mediações sócio históricas que permitem identificar os limites sociais e históricos a que estavam submetidos. Portanto, é nessa relação dialética entre obra educacional e horizonte histórico de uma sociedade que tomamos o conceito de gênero discursivo (Bakhtin, 2006), com o qual é possível representar as relações entre história e discurso. Nessa relação se estabelecem a teleologia social, as intenções comunicativas e as escolhas discursivas dos sujeitos da atividade humana. Dessa forma, nossa perspectiva discursiva, social e histórica de análise indica que os discursos educacionais por eles produzidos expressaram necessidades, valores e compromissos de grupos sociais organizados daquelas sociedades e que suas produções ideológicas foram refletidas e refratadas no conteúdo temático, na composição e estilo dos gêneros produzidos para o ensino daquele contexto.Referencias
Alves Filho, J. de P. (2000). Atividades experimentais: do método à prática construtivista (Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/79015
Andrade Filho, D. A. (2010). O livro didático como mercadoria - 1990 a 2003. Emblemas - Revista do Departamento de História e Ciências Sociais - UFG/CAC, 1(4), 19-28. Recuperado de http://www.revistas.ufg.br/index.php/emblemas/article/view/11633/7635
Bakhtin, M. (2006). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes.
Barnett, N. (2013). “Russia wins space race”: The British Press and the Sputnik Moment, 1957. Media History, 19(2), 182–195. DOI:10.1080/13688804.2013.791419
Barra, V. M., & Lorenz, K. M. (1986). Produção de materiais didáticos de Ciências no Brasil, período: 1950 a 1980. Ciência & Cultura, 38(12), 1970–1983.
Bittencourt, D. R. S. (1977). Uma análise do Projeto de Ensino de Física - Mecânica. Universidade de São Paulo, São Paulo.
Cachapuz, A., Paixão, F., Lopes, J. B., & Guerra, C. (2008). Do estado da arte da pesquisa em educação em Ciências: linhas de pesquisa e o caso “Ciência-Tecnologia-Sociedade”. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 1(1), 27–49. DOI:10.5007/%25x
Carr, E. H. (1996). O que é história? São Paulo: Paz & Terra.
Engeström, Y., & Sannino, A. (2010). Studies of expansive learning: Foundations, findings and future challenges. Educational Research Review, 5(1), 1–24.
Feyerabend, P. (2007). Contra o método. São Paulo: UNESP. Recuperado de http://books.google.com.br/books?id=Is68ro1jFA4C
Garcia, N. M. D. (2006). Ensinando a ensinar física: um projeto desenvolvido no Brasil nos anos 1970. In IV Congresso Brasileiro de História da Educação (pp. 1–10). Goiás: Universidade Católica de Goiás. Recuperado de http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe4/individuais-coautorais/eixo02/Nilson%20Marcos%20Dias%20Garcia.pdf%20
Gaspar, A. (1997). Cinqüenta Anos de Ensino de Física: Muitos Equívocos, Alguns Acertos e a Necessidade do Resgate do Papel do Professor. In Anais do XV Encontro de físicos do norte e nordeste (pp. 1–13). Natal: SBF. Recuperado de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3360182/mod_resource/content/0/CINQ%C3%9CENTA%20ANOS%20DE%20ENSINO%20DE%20F%C3%8DSICA.pdf
Gaspar, A. (2005). Cinqüenta anos de ensino de física: muitos equívocos, alguns acertos e a necessidade de recolocar o professor no centro do processo educacional. Educação, 13(21), 71–91.
Guisasola, J., Almudí, J. M., & Furió, C. (2005). The nature of science and its implications for physics textbooks: The case of classical magnetic field theory. Science & Education, 14(5), 321–328. DOI:10.1007/s11191-004-7936-z
Hamburger, E. W., & Moscati, G. (Orgs.). (1971a). Projeto de Ensino de Física: Eletricidade. São Paulo: MEC/Fename.
Hamburger, E. W., & Moscati, G. (Orgs.). (1971b). Projeto de Ensino de Física: Mecânica. São Paulo: MEC/Fename.
Hamburger, E. W., & Moscati, G. (Orgs.). (1974). Projeto de Ensino de Física (Vol. 3–eletromagnetismo). Rio de Janeiro: Fename.
Hartman, A. (2008). Education and the Cold War: The Battle for the American School. New York: Palgrave Macmillan.
Heckert, A. L. C. (2004). Narrativas de resistência: educação e políticas (RJ). (Tese de Doutorado. Universidade Federal Fluminense). Recuperado de http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/2/TDE-2004-11-16T14:34:59Z-45/Publico/Texto%20completo%20(Tese-Ana%20Heckert).pdf
Hobsbawm, E. (2005). A era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia. das Letras.
Holton, G. (1976). The project physics course: Notes on its educational philosophy. Physics Education, 11(5), 330–335.
Holton, G. (2003). The Project Physics Course, Then and Now. Science & Education, 12(8), 779–786. DOI:1023/B:SCED.0000004544.55635.40
Holton, G., Rutherford, F. J., & Watson, F. G. (Orgs.). (1980a). Projeto Física – HARVARD. Unidade 1: Conceitos de Movimento (Vol. 1). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Holton, G., Rutherford, F. J., & Watson, F. G. (Orgs.). (1980b). Projeto Física – HARVARD. Unidade 2: Movimento nos céus (Vol. 2). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Holton, G., Rutherford, F. J., & Watson, F. G. (Orgs.). (1980c). Projeto Física – HARVARD. Unidade 4: Luz e Eletromagnetismo (Vol. 4). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Hunt, L. (1991) Secret Agenda: The United States Government, Nazi Scientists, and Project Paperclip, 1945 to 1990. New York: St. Martin’s Press.
Jacobsen, A. M. (2014). Operation Paperclip: The Secret Intelligence Program that Brought Nazi Scientists to America. New York: Little, Brown and Company.
Krasilchik, M. (1987). O professor e o currículo de ciências. São Paulo: Edusp.
Krasilchik, M. (1995). Inovação no ensino das Ciências. In Inovação Educacional no Brasil: Problemas e Perspectivas (pp. 177–194). São Paulo: Cortez e Autores Associados.
Krasilchik, M. (2000). Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em Perspectiva, 14(1), 85–93. DOI:10.1590/S0102-88392000000100010
Kuhn, T. S. (2005). A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva.
Lagemann, E. C. (2002). An Elusive Science: The Troubling History of Education Research. Chicago: University of Chicago Press.
Mattos, C. R. (2014). Conceptual Profile as a Model of a Complex World. In Conceptual Profile: A theory of teaching and learning scientific concepts (pp. 263–291). Dordrecht: Springer.
Maybury, R. H. (1975). Technical Assistance and innovation in science education. The Ford Foundation. Science Education: an Interscience Publication. New York: John Wilwy and Suns.
Medviédev, P. N. (2010). O método formal nos estudos literários: Introdução a uma poética sociológica. São Paulo: Contexto.
Moreira, M. A., & Axt, R. (1986). A questão das ênfases curriculares e a formação de professores de ciência. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 3(2), 66–68.
Munakata, K. (2012). O livro didático como mercadoria. Pro-Posições, 23(3), 51–66. DOI:10.1590/S0103-73072012000300004
Nardi, R. (2005). Memórias da educação em Ciências no Brasil: a pesquisa em ensino de Física. Investigações em Ensino de Ciências, 10(1), 63–101.
Neufeld, M. J. (2013). Overcast, Paperclip, Osoaviakhim: Looting and the Transfer of German Military Technology. In D. Junker, P. Gassert, W. Mausbach, & D. B. Morris (Orgs.). The United States and Germany in the Era of the Cold War: 1945–1968. A handbook (pp. 197–203). Cambridge: Cambridge University Press.
Nicioli Junior, R. B., & Mattos, C. R. (2006). A influência francesa nos livros didáticos de física no fim do século XIX e início do século XX. In Anais da 58a Reunião Anual da SBPC.
Nicioli Junior, R. B., & Mattos, C. R. (2008). A disciplina e o conteúdo de cinemática nos livros didáticos de física do Brasil (1801 a 1930). Investigações Em Ensino de Ciências, 13(3), 275–298.
Nicioli Junior, R. B., & Mattos, C. R. (2012). História e memória do ensino de física no brasil: a Faculdade de Medicina de São Paulo (1913-1943). Investigações Em Ensino de Ciências, 18(4), 851–873.
Pacca, J. L. de A. (1976). Análise do desempenho de alunos frente a objetivos do PEF. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Pacheco, J. A. (2000). Reconceptualização curricular: os caminhos de uma teoria curricular crítica. Perspectiva, 18(33), 11–33. DOI:10.5007/%25x
Ricardo, E. C., & Zylbersztajn, A. (2008). Os parâmetros curriculares nacionais para as ciências do ensino médio: uma análise a partir da visão de seus elaboradores. Investigação Em Ensino de Ciências, 13(3), 257–274.
Riehl, N., & Seitz, F. (1996). Stalin’s Captive: Nikolaus Riehl and the Soviet Race for the Bomb. New York: Chemical Heritage Foundation.
Rodrigues, A. M., & Mattos, C. R. (2007). Reflexões sobre a noção de significado em contexto. Indivisa, Boletín de Estudios e Investigación, 7(1), 323–331.
Rudolph, J. L. (2002). Scientists in the Classroom: The Cold War Reconstruction of American Science Education. New York: Macmillan.
Santos, A. R., & Casali, A. D. (2009). Currículo e educação: origens, tendências e perspectivas na sociedade contemporânea. Olhar de Professor, 12(2), 207–231. DOI:10.5212/OlharProfr.
Santos, W. L. P. (2007). Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, 12, 474–492. DOI:10.1590/S1413-24782007000300007
Silva, C. C. (2007). The role of models and analogies in the electromagnetic theory: a historical case study. Science & Education, 16(4), 835–848.
Simon, J. (2013). Physics and Textbooks Physics in the Nineteenth Textbooks and Twentieth Centuries. In J. Z. Buchwald & R. Fox (Orgs.). The Oxford Handbook of the History of Physics (pp. 651–678). New York: Oxford University Press.
Skidmore, T. (1988). Brasil: de Castelo a Tancredo. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Sodré, N. W. (1984). Vida e Morte da Ditadura. Petrópolis: Vozes.
Stuhlinger, E., & Ordway, F. (1996). Wernher von Braun, Crusader for Space: A Biographical Memoir. Malabar: Krieger Publishing Company.
Stuhlinger, E., Ordway, F., McCall, J. C., & Bucher, G. C. (1962). From Peenemuende to Outer Space: Commemorating the Fiftieth Birthday of Wernher von Braun. Huntsville: U.S. Dep. of Commerce - National Technical Information Service.
Vigotski, L. S. (2001). A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins fontes.
Violin, A. G. (1976). O Projeto de Ensino de Física. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Volochinov/Bakhtin, M. (2006). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
La IENCI es una revista de acceso libre (Open Access) y no hay cobro de ninguna tasa ya sea por el envío o procesamiento de los artículos. La revista adopta la definición de la Budapest Open Access Initiative (BOAI), es decir, los usuarios tienen el derecho de leer, descargar, copiar, distribuir, imprimir, buscar y hacer links directos a los textos completos de los artículos publicados en esta revista.
El autor responsable por el envío representa a todos los autores del trabajo y, al enviar este artículo para su publicación en la revista está garantizando que posee el permiso de todos para hacerlo. De igual manera, garantiza que el artículo no viola los derechos de autor y que no hay plagio en lugar alguno del trabajo. La revista no se responsabiliza de las opiniones emitidas en los artículos.
Todos los artículos de publican con la licencia Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0). Los autores mantienen sus derechos de autor sobre sus producciones y deben ser contactados directamente en el caso de que hubiera interés en el uso comercial de su obra.