CONTRIBUIÇÕES E LIMITES DA QUESTÃO SOCIOCIENTÍFICA FOSFOETANOLAMINA NAS AULAS DE CIÊNCIAS

Autores

  • Célia dos Santos Moreira Universidade Estadual de Maringá
  • Vanessa Daiana Pedrancini Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Matemática Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Mundo Novo BR 163, Km 20.2, Mundo Novo, Mato Grosso do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p344

Palavras-chave:

Ensino de Ciências, Perspectiva CTS, Teoria Histórico-cultural, Mediação Pedagógica, Conceitos Espontâneos e Científicos

Resumo

Este trabalho objetiva analisar as contribuições e limites do ensino organizado por meio da QSC Fosfoetanolamina para o reconhecimento e a reflexão dos aspectos científicos, éticos, políticos e econômicos em relação ao tema discutido. Para tanto, fundamentando-se na perspectiva Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS) e na Teoria Histórico-Cultural (THC), desenvolveu-se uma proposta didático-pedagógica, que abordou aspectos intrínsecos da QSC Fosfoetanolamina, em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental, de uma escola municipal, da região sul de Mato Grosso do Sul. Os resultados da investigação constituíram-se por diálogos entre estudantes e professora/pesquisadora, registrados por questionários, gravações em áudio das aulas e entrevista semiestruturada, procedidos pela Análise de Conteúdo. De maneira geral, verificou-se que o ensino organizado por meio da QSC fosfoetanolamina e da mediação pedagógica contribuiu para o reconhecimento e discussão dos estudantes sobre os aspectos científicos, políticos, econômicos e éticos, bem como dos riscos/custos e benefícios que envolvem essa QSC, auxiliando-os no processo de aprendizagem em ciências de maneira contextualizada. Por outro lado, por meio da análise crítica da proposta didático-pedagógica, se fortalece a necessidade de elaborar estratégias de ensino que promovam a transposição didática e ampliação da ZDP dos estudantes por meio de pistas, anunciações intencionais e questionamentos que façam os estudantes refletirem sobre os conceitos e situações estudadas.

Biografia do Autor

Célia dos Santos Moreira, Universidade Estadual de Maringá

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática - UEM/Maringá/PR.

Referências

Aikenhead, G. S. (2009). Research into STS science education. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 9(1), 1-21. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4005/2569.

Angell, M. A. (2008). Verdade sobre os laboratórios farmacêuticos: como somos enganados e o que podemos fazer a respeito. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record.

Auler, D. (2007). Enfoque Ciência- Tecnologia- Sociedade: Pressupostos para o contexto brasileiro. Ciência & Ensino, 1, 1-20. Recuperado de http://200.133.218.118:3536/ojs/index.php/cienciaeensino/article/viewFile/147/109.

Auler, D. (2002). Interações sobre Ciência – Tecnologia – Sociedade no contexto da formação de professores de ciências. (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/82610.

Bakovic, M., Fullerton, M. D., & Michel, V. (2007). Metabolic and molecular aspects of ethanolamine fhosfhoslipid biosynthesis: the role CTP: fhosfhoethanolamine cytidyltransferase (Pcyt2). Biochem Cell Biol., 85, 283-200. https://cdnsciencepub.com/doi/10.1139/O07-006.

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. São Paulo, SP: Edições 70.

Bazzo, W. A. (2015). Ciência, Tecnologia e Sociedade: e o contexto da educação tecnológica. Florianópolis, SC: UFSC.

Bazzo, W. A., Pereira, L. T. V., & Bazzo, J. L. S. (2016). Conversando sobre Educação Tecnológica. Florianópolis, SC: UFSC.

Brasil (1998). Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf

Carvalho, L. M (2014). Diálogos entre educação formal e não formal no ensino médio público: potencial pedagógico para a alfabetização científica com enfoque CTSA. (Dissertação de Mestrado). Instituto Federal do Espírito Santo, Vitória, ES. Recuperado de https://repositorio.ifes.edu.br/handle/123456789/188

Chassot, A. (2010). Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí, RS: Unijuí.

Fontana, R. Ap. C. (2005). Mediação pedagógica na sala de aula. Campinas, SP: Autores Associados.

Galvão, C., & Reis, P. (2008). A promoção do interesse e da relevância do ensino da ciência através da discussão de controvérsias sociocientíficas. In R. M. Vieira et al. (Orgs.), Ciência-tecnologia-sociedade no ensino das ciências: Educação científica e desenvolvimento sustentável (131-135). Aveiro, Portugal: Universidade de Aveiro.

Gauthier, C., & Tardif, M. (2010). A pedagogia: teorias e práticas da antiguidade aos nossos dias. Petrópolis, RJ: Vozes.

Hilário, T., & Reis, P. R. (2009). Potencialidades e limitações de sessões de Discussão de controvérsias sociocientíficas como contributos para a literária científica. REU, 35(2), 167-183. Recuperado de https://repositorio.ipsantarem.pt/handle/10400.15/31.

Junqueira, L. C., & Carneiro, J. (1991). Biologia celular e molecular. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan.

Luria, A.R. (1994). Linguagem e Pensamento. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Meneguelo, R. (2007). Efeito antiptoliferativos e apoptóticos da fosfoetanolamina sintética no melanoma B16F10. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo, SP. Recuperado de https://ambienteporinteiro.com/_files/200000101-6da7f6ea2d/TDE_RenatoMeneguelo.pdf.

Oliveira, M. K. de. (1997). Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sóciohistórico. São Paulo, SP: Scipione.

Pedrancini, V. D. (2015). Percepção pública da Ciência e Tecnologia dos medicamentos: Subsídios para o Ensino de Ciências. (Tese de Doutorado). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, São Paulo. Recuperado de https://repositorio.unesp.br/handle/11449/154687.

Pedrancini, V. D., Corazza, M. J., & Galuch, M. T. B. (2011). Mediação pedagógica e a formação de conceitos científicos sobre hereditariedade. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 10(1), 109-132. Recuperado de http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen10/ART6_Vol10_N1..pdf.

Pérez, L. F. M. (2012). Questões sociocientíficas na prática docente: ideologia, autonomia e formação de professores. São Paulo, SP: UNESP.

Pinheiro, M. A. N., Silveira, F. C. M. R., & Bazzo, A. W. (2007). Ciência, tecnologia e sociedade: a relevância do enfoque CTS para o contexto do ensino médio. Ciência & Educação (Bauru), 13(1), 71-84. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5274182.

Ratcliffe, M., & Grace, M. (2003). Science Education for citizenship: Teaching socioscientific issues. United States of America: Open University Press.

Reis, P. (2006). Uma iniciativa de desenvolvimento profissional para a discussão de controvérsias sociocientíficas em sala de aula. Interacções, 4, 64-107. Recuperado de https://repositorio.ul.pt/handle/10451/4724.

Reis, P., & Galvão, C. (2005). Controvérsias sócio-científicas e prática pedagógica de jovens professores. Investigações em Ensino de Ciências, 10(2), 131-160. Recuperado de https://repositorio.ul.pt/handle/10451/4734.

Sadler, T. D. (2004). Moral sensivity and its contribution to the resolution of socioscientific issues. Journal of Moral Education, 33(3), 239-358.

SED/MS (2012). Secretaria de Estado de Educação: Referencial Curricular de Maro Grosso do Sul. Campo Grande/MS. Recuperado de http://www.sed.ms.gov.br/wp-content/uploads/2019/09/curriculo_ms_109.pdf.

Universidade de São Paulo. (2016). Serviço de Referência. Os fatos sobre a fosfoetanolamina. Recuperado de http://www5.usp.br/99485/usp-divulga-comunicado-sobre-a-substancia-fosfoetanolamina/.

Veronez, L. (2012). Atividade da Fosfoetanolamina sintética em melanoma murinho experimental. (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-15122012-123717/en.php.

Vigotski, L. S. (2001a). A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo, SP: Martins fontes.

Vigotski, L. S. (2001b). Psicologia Pedagógica. São Paulo, SP: Martins Fontes.

Vigotski, L. S. (2007). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo, SP: Martins Fontes.

Zeidler, D., & Keefer, M. (2003). The role of moral reasoning and the status of socioscientific issues in science education: philosophical, psychological and pedagogical considerations In D. Zeidler (Org.), The role of moral reasoning on socioscientific issues and discourse in science education (pp.7-38). The Netherlands: Kluwer Academic Publishers.

Zeidler, D., Sadler, T., Simmons, M. L., & Howes, E. V. (2005). Beyond STS: A research-based framework for socioscientific issues education. Wiley InterScience, 89(3), 357-377. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/sce.20048.

Downloads

Publicado

2020-12-26

Como Citar

Moreira, C. dos S., & Pedrancini, V. D. (2020). CONTRIBUIÇÕES E LIMITES DA QUESTÃO SOCIOCIENTÍFICA FOSFOETANOLAMINA NAS AULAS DE CIÊNCIAS. Investigações Em Ensino De Ciências, 25(3), 344–360. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p344

Edição

Seção

Artigos