OBSTÁCULOS EPISTEMOLÓGICOS EM ATIVIDADES EXPERIMENTAIS RELACIONADAS A CONCEITOS DE FÍSICA DA REVISTA CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2022v27n3p23Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Divulgação científica, Conceitos de FísicaResumo
Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa que se propôs a identificar atividades experimentais relacionadas a conceitos de Física da revista Ciência Hoje das Crianças (CHC), que podem suscitar obstáculos epistemológicos. O aporte teórico bachelardiano foi adotado por seu potencial para provocar reflexões críticas para a análise de materiais que publicam informações sobre Ciência. Assim, com base na metodologia da análise de conteúdo, analisamos atividades experimentais da CHC das edições do período de 2009 a 2020. Os resultados mostram que, de 66 propostas experimentais de Física da revista, 20 podem suscitar obstáculos epistemológicos. O obstáculo epistemológico mais identificado foi o obstáculo verbal e o de menor frequência foi o realista. Os obstáculos quantitativo e pragmático não foram encontrados nas atividades experimentais analisadas. Compreendemos, a partir dos resultados, que essas atividades necessitam da intervenção do professor na identificação e na superação dos obstáculos epistemológicos, para que a sua realização possa ser potencializada.Referências
Bergman, M. (2010). C. S. Peirce on interpretation and collateral experience. Signs - International Journal of Semiotics, 4, 134-161. Recuperado de https://tidsskrift.dk/signs/article/view/26855
Betti, M. (2007) Educação física e cultura corporal de movimento: Uma perspectiva fenomenológica e semiótica. Revista da Educação Física, 18(2), 207–217. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3277
Bozzo, M. V. (2011). Identificação dos perfis das pesquisas em argumentação no ensino de Ciências no período de 1988 a 2008. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-30092011-152219/pt-br.php
Burks, A. W. (1958). The collected papers of Charles Sanders Peirce: Vols. VII-VIII. Cambridge, Kingdom: Harvard University Press.
Caldeira, A. M. A., & Manechine, S. R. S. (2007) Apresentação e representação de fenômenos biológicos a partir de um canteiro de plantas. Investigações em Ensino Ciências, 12(2), 227–261. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/473
Carvalho, A. M. P. (2007). Habilidades de Professores Para Promover a Enculturação Científica. Contexto & Educação, 22(77), 25–49. https://dx.doi.org/10.21527/2179-1309.2007.77.25-49
Driver, R., Newton, P., & Osborne, J. (2000). Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Science Education, 84(3), 287–312. https://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1098-237X(200005)84:3%3C287::AID-SCE1%3E3.0.CO;2-A
Flores, C. R., & Moretti, M. T. (2006). O funcionamento cognitivo e semiótico das representações gráficas: ponto de análise para a aprendizagem matemática. Revista Eletrônica de Republicação em Educação Matemática, 19, 26–38. Recuperado de http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_28/funcionamento.pdf
Friel, S. N., Curcio, F. R., & Bright, G. W. (2001). Making sense of graphs: Critical factors influencing comprehension and instructional implications. Journal for Research in Mathematics Education, 32(2), 124–158. https://dx.doi.org/10.2307/749671
Hartshorne, C., & Weiss, P. (1935). The collected papers of Charles Sanders Peirce: Vols. I-VI. Cambridge, Kingdom: Harvard University Press.
Hilpinem, R., & Queiroz, J. (2012). Uma introdução aos sistemas alfa e gama dos grafos existenciais de C. S. Pierce. In J. Queiroz & L. Moraes (Orgs.), A lógica de diagramas de Charles Sanders Pierce: implicações em ciência cognitiva, lógica e semiótica (pp. 145–182). Juiz de Fora, MG: Ufjf
Lawson, A. E. (2004). T. rex, the crater of doom, and the nature of scientific discovery. Science & Education, 13(3), 155–177. https://dx.doi.org/10.1023/B:SCED.0000025564.15210.ab
Liszka, J. J. (1996). A General Introduction to the Semeiotic of Charles Sanders Peirce. Bloomington, United States od America: Indiana University Press.
Locatelli, R. J., & Carvalho, A. M. P. (2007). Uma análise do raciocínio utilizado pelos alunos ao resolverem os problemas propostos nas atividades de conhecimento físico. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 7(3), 1-18. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4031
Manechine, S. R. S., & Caldeira, A. M. A. (2010) Construção de conceitos matemáticos na educação básica numa abordagem peirceana. Bolema, 23, 887–904. Recuperado de https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/4296
OECD – Organization for Economic Co-operation and Development. (2000). Measuring student knowledge and skills: The PISA 2000 assessment of reading, mathematical and scientific literacy. Paris, France. Recuperado de http://www.oecd.org/education/school/programmeforinternationalstudentassessmentpisa/33692793.pdf
Peirce, C. S. (2012). Semiótica. São Paulo, SP: Perspectiva.
Pezarini, A. R., & Maciel, M. D. (2018). As dimensões da argumentação no ensino de ciências em pesquisas de 2007 a 2017: um olhar para a caracterização e para as ferramentas metodológicas para estudar esta temática. Revista de Educação Em Ciências e Matemáticas, 14(32), 1-61. Recuperado de https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/6177
Romanini, A. V. (2006). Semiótica minuta: Especulações sobre a gramática dos signos e da comunicação a partir da obra de Charles S. Pierce. (Tese de doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Recuperado de https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27142/tde-30042009-130918/pt-br.php
Santaella, L. (1983). O que é Semiótica. São Paulo, SP: Brasiliense.
Sasseron, L. H. (2015). Alfabetização científica, Ensino por Investigação e Argumentação: Relações entre ciências da natureza e escola. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 17, 49–67. https://dx.doi.org/10.1590/1983-2117201517s04
Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. (2008). Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: A proposição e a procura de indicadores do processo. Investigações em Ensino de Ciências, 13(3), 333–352. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/445
Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. (2011a). Construindo Argumentação na Sala de Aula: A Presença do Ciclo Argumentativo, os Indicadores de Alfabetização Científica e o Padrão de Toulmin. Ciência & Educação (Bauru), 17(1), 97–114. https://dx.doi.org/10.1590/S1516-73132011000100007
Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. (2011b). Uma Análise de Referências Teóricas sobre a Estrutura do Argumento para Estudos de Argumentação no Ensino de Ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 13(3), 243–262. https://dx.doi.org/10.1590/1983-21172011130315
Toulmin, S. E. (2006). Os Usos do Argumento. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes.
Trevisan, M. D., & Carneiro, M. C. (2009). Uma descrição semiótica da metáfora no ensino de biologia: asserções sobre a célula animal. Investigações em Ensino de Ciências, 14(3), 479–496. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/352
Wartha, E. J., & Rezende, D. B. (2015) A elaboração conceitual em química orgânica na perspectiva da semiótica Peirceana. Ciência & Educação (Bauru), 21, 49–64. https://dx.doi.org/10.1590/1516-731320150010004
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 ELRISMAR GOMES OLIVEIRA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A IENCI é uma revista de acesso aberto (Open Access), sem que haja a necessidade de pagamentos de taxas, seja para submissão ou processamento dos artigos. A revista adota a definição da Budapest Open Access Initiative (BOAI), ou seja, os usuários possuem o direito de ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar e fazer links diretos para os textos completos dos artigos nela publicados.
O autor responsável pela submissão representa todos os autores do trabalho e, ao enviar o artigo para a revista, está garantindo que tem a permissão de todos para fazê-lo. Da mesma forma, assegura que o artigo não viola direitos autorais e que não há plágio no trabalho. A revista não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.
Todos os artigos são publicados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Os autores mantém os direitos autorais sobre suas produções, devendo ser contatados diretamente se houver interesse em uso comercial dos trabalhos.