Ambientalização Curricular nos cursos de Física: história e reflexos no contexto brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci/2025v30n2p480Palavras-chave:
Educação Ambiental, Ensino de Física, Ambientalização Curricular, Física Ambiental, Paulo FreireResumo
Neste artigo, realizou-se uma investigação sobre a Ambientalização Curricular nos cursos de Física, explorando inicialmente suas origens no cenário internacional e, posteriormente, suas perspectivas no contexto nacional. A temática ambiental ganhou relevância na década de 1970, impulsionada por conferências internacionais como a de Estocolmo (1972), e por iniciativas como o Projeto ICE, nos Estados Unidos. Nesse período, houve também a inserção de disciplinas voltadas para questões ambientais nos currículos de cursos de graduação, reforçando a importância do tema. No contexto brasileiro, a Lei 9.795/99 e a abordagem dos temas geradores de Paulo Freire oferecem bases para integrar questões ambientais ao ensino de Física. O objetivo deste trabalho é analisar, a partir de uma revisão da literatura científica, as principais contribuições, desafios e tendências relacionadas ao processo de Ambientalização Curricular nos cursos de licenciatura em Física, com ênfase na inserção da Educação Ambiental e das questões socioambientais na formação inicial docente. Acreditamos que a integração de temas interdisciplinares busca superar a disciplinarização do currículo tradicional do ensino de Física, promover a formação de estudantes críticos e conscientes e fomentar soluções sustentáveis para os desafios ambientais contemporâneos. Deste modo, contribuímos para a fundamentação teórica da relação estabelecida entre o ensino de Física e o campo da Educação Ambiental defendendo o caminho para uma educação transformadora e socialmente engajada.Referências
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