CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DE LARRY LAUDAN: UMA AMPLA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NOS PRINCIPAIS PERIÓDICOS BRASILEIROS DO ENSINO DE CIÊNCIAS E ENSINO DE FÍSICA
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2019v24n2p38Palabras clave:
Laudan, Concepções epistemológicas, Ensino de Ciências, Ensino de FísicaResumen
O presente artigo apresenta a sistematização (identificação, enumeração e discriminação) acerca de como são operacionalizadas as concepções epistemológicas de Larry Laudan na literatura brasileira do Ensino de Ciências e Ensino de Física. Para tanto, empreende-se uma ampla revisão bibliográfica em oito importantes periódicos brasileiros, cujo recorte temporal compreende o período de 1979 a 2017. Fundamentada no aporte metodológico da Análise de Conteúdo, a sistematização concentrou-se nos objetivos dos trabalhos, no foco de operacionalização e seus resultados. As constatações evidenciam que o epistemólogo possui relevante visibilidade na literatura brasileira, porém é reduzido o número de pesquisadores (as) que operacionalizam suas concepções. A operacionalização de suas ideias serve para a construção de analogias, fazer contraponto com outros epistemólogos, construção de modelo de referência para a prática docente em nível superior e exploração de episódio histórico. No campo investigativo da aprendizagem, via modelo de mudança conceitual, as analogias construídas servem tanto para estabelecer relações entre as concepções espontâneas dos estudantes e os conceitos epistemológicos de Laudan, quanto para aperfeiçoar o próprio modelo. Destas constatações, observa-se que a visão pragmática de Laudan da Ciência como atividade de solução de problemas contribui de forma substancial para auxiliar na compreensão da natureza da ciência e do processo de ensino-aprendizagem. Portanto, considerando o pequeno número de trabalhos que exploram essa concepção, um caminho promissor pode ser conquistado ao se ampliar suas contribuições, na direção de apontar a proficuidade de suas ideias para a comunidade brasileira da educação científica.Citas
Bardin, L. (1997). Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70.
Carvalho, A. M. P., & Vannucchi, A. (1996). O currículo de física: inovações e tendências nos anos noventa. Investigações em Ensino de Ciências, 1(1), 3-19. Recuperado de https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/644/435
Cordeiro, M. D., & Peduzzi, L. O. Q. (2016). Valores, métodos e evidências: objetividade e racionalidade na descoberta da fissão nuclear. ALEXANDRIA Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 9(1), 235-262. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2016v9n1p235
Dal Magro, T. (2013). Critério de decisão entre hipóteses científicas Rivais: Kuhn, Lakatos e Laudan. Cognitio-Estudos, 10(2), 174-190. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/cognitio/article/view/12701/13259
Damásio, F., & Peduzzi, L. O. Q. (2017). Para que ensinar ciência no século XXI? – Reflexões a partir da filosofia de Feyerabend e do ensino subversivo para uma aprendizagem significativa crítica. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 20(e2951), 1-17. http://dx.doi.org/10.1590/1983-21172018200114
Greca, I. M., Costa, S. S. C., & Moreira, M. A. (2002). Análise descritiva e crítica dos trabalhos de pesquisa submetidos ao III ENPEC. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte, 2(1), 73-82. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4150
Gurid, V., Salinas, J., & Villani, A. (2006). Contribuciones de la epistemología de Laudan para la comprensión de concepciones epistemologicas sutentadas por estudiantes secundarios de física. Investigações em Ensino de Ciências, 11(1), 97-117. Recuperado de https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/506/305
Hessen, B. (1984). As raízes sociais e econômicas dos “Principia” de Newton. Revista de Ensino de Física, 6(1), 37-55. Recuperado de http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol06a06.pdf
Hodson, D. (1993). Philosophic stance of secondary school science teachers, curriculum experiences and children’s understanding of science: some preliminary findings. Interchange, 24(1-2), 41-52. https://doi.org/10.1007/BF01447339
Koyré, A. (2012). Estudos de história do pensamento científico. (3a ed.). São Paulo, SP: Forense Universitária.
Kuhn, T. (1971). La estructura de las revoluciones científicas. Tradução de Agustín Contin. Tlalpan, México: Fce.
Kuhn, T. (1990). A revolução copernicana: a astronomia planetária no desenvolvimento do pensamento ocidental. Tradução de Marília Costa Fontes. Lisboa, Portugal: Edições 70.
Lacey, H. (1998). Valores e atividade científica. São Paulo, SP: Discurso Editorial/FAPESP.
Laudan, L. (1977). Progress and its problems: towards a theory of scientific growth. Berkeley, United States of America: University of California Press.
Laudan, L. (1984). Science and values. Berkeley, United States of America: University of California Press.
Laudan, L. (2011). O progresso e seus problemas: rumo a uma teoria do crescimento científico. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo, SP: Unesp.
Lakatos, I. (1989). La metodología de los programas de investigación científica. Madrid, España: Alianza.
Longino, H. (1990). Science as a social knowledge. Princeton, United States of America: Princeton University Press.
Matthews, M. R. (1995). História e filosofia e ensino de ciências: uma tendência atual de reaproximação. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 12(3), 164-214. https://doi.org/10.5007/%25x
Matthews, M. R. (1989). A role for history and philosophy in science teaching. Interchange, 20(2), 3-15. https://doi.org/ 10.1007/BF01807043
Medeiros, A., & Monteiro, M. A. A. (2002). Invisibilidade dos pressupostos e das limitações da teoria copernicana nos livros didáticos de física. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 19(1), 28-50. https://doi.org/10.5007/%25x
Mendonça, A. L. O., & Videira, A, A. P. (2007). Progresso científico e incomensurabilidade em Thomas Kuhn. Revista Scientiae Studia, 5(2), 169-83. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-31662007000200003
Moreira, M. A., & Massoni, N. T. (2011). Epistemologias do século XX. São Paulo, SP: Pedagógica Universitária Ltda.
Mortimer, E. F. (1996). Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências, 1(1), 20-39, 1996. Recuperado de https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/645
Moura, B. A. (2014). O que é natureza da Ciência e qual sua relação com a História e Filosofia da Ciência? Revista Brasileira de História da Ciência, 7(1), 32-46. Recuperado de http://www.sbhc.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=1932
Nickles, T. (2017). Historicist Theories of Scientific Rationality. The Stanford Encyclopedia of Philosophy Recuperado de https://plato.stanford.edu/entries/rationality-historicist/#HistConcRatiBattBigSyst
Ostermann, F., Cavalcanti, C. J. H., Ricci, T. F., & Prado, S. D. (2008). Tradição de pesquisa quântica: uma interpretação na perspectiva da epistemologia de Larry Laudan. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 7(2), 367-386. Recuperado de http://hdl.handle.net/10183/94531
Ovando, M. M., & Cudmani, L. C. (2004). Primeros resultados de una experiencia piloto sobre enseñanza de la física en carreras de ingeniería agronómica. Investigações em Ensino de Ciências, 9(3), 223-242. Recuperado de https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/527
Pesa, M., & Ostermann, F. (2002). La ciencia como actividad de resolución de problemas: la epistemología de Larry Laudan y algunos aportes para las investigaciones educativas en ciencias. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 19(n. esp.), 84-99. https://doi.org/10.5007/%25x
Posner, G., & Strike, K. (1993). A revisionist theory of conceptual change. In: Duschl, R., & Hamilton, R. (Eds.). Philosophy of Science, cognitive psychology and educational theory and practice (147-176). New York, United States of America: State University of New York Press.
Queirós, W. P., Batisteli, C. B., & Justina, L. A. D. (2009). Tendência das pesquisas em história e filosofia da ciência e ensino de ciências: o que o ENPEC e o EPEF nos velam? In Atas do Encontro Nacional de Educação em Ensino de Ciências – SC (p.1-12). Florianópolis, SC, Brasil.
Schirmer, B. S., & Sauerwein, S. P. I. (2014). Recursos Didáticos e história e filosofia da ciência em sala de aula: uma análise em periódicos de ensino nacionais. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 14(3), 61-77. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4293
Teixeira, E. S., Greca, I. M., & Freire, J. O. (2012). The history and philosophy of science in physics teaching: a research synthesis of didactic interventions. Science & Education, 21(6), 771–796. https://doi.org/10.1007/s11191-009-9217-3
Villani, A., Barolli, E., Cabral, T. C. B., Fagundes, M. B., & Yamazaki, S. C. (1997). Filosofia da ciência, história da ciência e psicanálise: Analogias para o ensino de Física. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 14(1), 37-55. https://doi.org/10.5007/%25x
Villani, A. (1992). Conceptual change in science and science education. Science Education, 76(2), 223-237. https://doi.org/10.1007/BF00869953
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La IENCI es una revista de acceso libre (Open Access) y no hay cobro de ninguna tasa ya sea por el envío o procesamiento de los artículos. La revista adopta la definición de la Budapest Open Access Initiative (BOAI), es decir, los usuarios tienen el derecho de leer, descargar, copiar, distribuir, imprimir, buscar y hacer links directos a los textos completos de los artículos publicados en esta revista.
El autor responsable por el envío representa a todos los autores del trabajo y, al enviar este artículo para su publicación en la revista está garantizando que posee el permiso de todos para hacerlo. De igual manera, garantiza que el artículo no viola los derechos de autor y que no hay plagio en lugar alguno del trabajo. La revista no se responsabiliza de las opiniones emitidas en los artículos.
Todos los artículos de publican con la licencia Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0). Los autores mantienen sus derechos de autor sobre sus producciones y deben ser contactados directamente en el caso de que hubiera interés en el uso comercial de su obra.