AGÊNCIA EPISTÊMICA COMO UM CONSTRUTO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: QUESTÕES TEÓRICAS E PROPOSIÇÕES ANALÍTICAS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2024v29n1p198

Palabras clave:

Agência Epistêmica, Educação em Ciência, Relações de Poder

Resumen

Um dos desafios emergentes do ensino de ciências envolve o compartilhamento de responsabilidades epistêmicas entre professores e estudantes nos processos de construção do conhecimento. Nesse contexto, o constructo agência epistêmica tem sido mobilizado como uma proposta promissora entre pesquisadores da área de Educação em Ciências. Com o propósito de discutir os significados do conceito para a área, abordamos a maneira pela qual pesquisadores têm interpretado e investigado a agência epistêmica, dando enfoque aos significados atribuídos aos dois componentes do construto: "agência" e "epistêmico". Para isso, buscamos situar a noção de agência no campo educacional mais amplo, considerando aquelas pesquisas que buscam relações entre agência, como construto mais amplo e interseccional, e aprendizagem. De modo articulado, discutimos aspectos epistêmicos comumente considerados nas análises da agência epistêmica. Por fim, discutimos relações entre agência epistêmica e poder, o que nos parece particularmente relevante para os avanços no campo, considerando as discussões já consolidadas sobre o papel ativo do estudante na aprendizagem. Defendemos que as pesquisas sobre agência epistêmica se beneficiariam de uma fundamentação mais sólida em teorias de poder, o que permitiria: i) situar os aspectos considerados relevantes nas análises, ii) operacionalizar conceitos próprios de teorias de poder para análise; iii) articular proposições teóricas sobre poder a noções de aprendizagem de ciências usadas no campo; iv) avançar na compreensão sobre transformações de contextos de aprendizagem.

Biografía del autor/a

Ana Paula Souto Silva Teles, Faculdade de Educação - Universidade Federal de Minas Gerais

Docente licenciada em Biologia, com mestrado, doutorado e pós-doutorado (em andamento) em Educação. Toda a formação foi realizada na Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é bolsista PNPD/CAPES da Faculdade de Educação - UFMG e membro do corpo editorial do periódico ENSAIO: PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS (ONLINE). Participação em Congressos e Encontros nacionais nas áreas de Didática e Prática de Ensino, Pesquisa em Ensino de Ciências, de Ecologia, de Biodiversidade e de Educação Ambiental. Docência em instituições públicas e privadas em turmas do Ensino Fundamental e Ensino Superior. Coordenação de Projeto de Iniciação Científica Júnior e Clube de Ciências. Experiência no desenvolvimento de pesquisas acadêmicas. Colaboração em seminários de estudos para jovens e adolescentes. Elaboração e confecção de materiais didático-pedagógicos para pessoas portadoras de necessidades especiais no campo da visão. Desenvolvimento de atividades no campo de Educação Ambiental, como brincadeiras, contação de histórias, músicas, teatro, jogos, monitoramento em trilha interpretativa, em oficinas de arte (pintura, argila, materiais recicláveis e outros), em oficina de jardinagem e em exposições de materiais biológicos de plantas e animais da FZB-BH. Os principais temas de interesse de pesquisa são: argumentação no Ensino de Ciências; etnografia na educação; ensino por investigação; questões teóricas e metodológicas da pesquisa.

Santer Alvares de Matos, Centro Pedagógico - Universidade Federal de Minas Gerais

Licenciado em Ciências da Natureza, especialista em Educação a Distância, mestre em Ensino de Ciências e Matemática e doutor em Educação, com ênfase em ensino de Ciências. Atuou como diretor do Centro Pedagógico da UFMG por duas gestões (2014-2016 e 2016-2018) e coordenador do Colegiado Especial da Escola de Educação Básica e Profissional da Pró-Reitoria de graduação da UFMG (2019-2023). Atualmente é professor de Ciências da Natureza no Centro Pedagógico da UFMG, coordenador e professor formador no curso de pós-graduação em Tecnologias Digitais na Educação, subcoordenador e professor formador do curso de pós-graduaçao em Educação em Ciências para Equidade, coordenador geral do Museu Itinerante Ponto UFMG, coordenador geral da Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat) e membro do Conselho de Ética Pública da UFMG. Atua na supervisão de estágios obrigatórios, orientação de pós-graduação e participação em bancas diversas. Possui publicações de livros, artigos e materiais técnicos diversos, sendo autor de livros didáticos de Ciências da Natureza para o Ensino Médio (Aprovado pelo PNLD). Possui experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino e aprendizagem de ciências, avaliações em larga escala, formação de professores e popularização da ciência.

Luiz Gustavo Franco , Faculdade de Educação - Universidade Federal de Minas Gerais

ossui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2012), mestrado (2016) e doutorado (2018) em Educação pela mesma universidade. Atuou como professor de Ciências e Biologia na educação básica entre 2012 e 2018. Desde 2019, é professor no setor de Ensino de Biologia da Faculdade de Educação da UFMG e orienta no Programa de Pós-graduação em Educação. É segundo líder do Grupo de Pesquisa Êmico e editor-chefe do periódico Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciências (scielo.br/epec). Desenvolve projetos de extensão relacionados à formação de professores de ciências no CECIMIG (FaE-UFMG) e no Science School (ICB-UFMG). É autor de livros didáticos da área de Ciências da Natureza. Tem experiência na pesquisa em Educação em Ciências, com ênfase em processos de ensino e aprendizagem, atuando nos seguintes temas: interações discursivas em sala de aula, práticas epistêmicas no ensino de ciências, ensino de ciências por investigação, etnografia em educação.

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Publicado

2024-05-04

Cómo citar

Oliveira Carneiro, T., Souto Silva Teles, A. P., Alvares de Matos, S., & Franco , L. G. (2024). AGÊNCIA EPISTÊMICA COMO UM CONSTRUTO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: QUESTÕES TEÓRICAS E PROPOSIÇÕES ANALÍTICAS. Investigaciones En Enseñanza De Las Ciencias, 29(1), 198–219. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2024v29n1p198