UTILIZAÇÃO DO PERFIL CONCEITUAL DE SUBSTÂNCIA NO PLANEJAMENTO DO ENSINO E NA ANÁLISE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2018v23n1p245Palavras-chave:
Perfil conceitual, substância, sequência de ensino e aprendizagem, conceituaçãoResumo
Este estudo teve como objetivo analisar a emergência de zonas do perfil conceitual de substância e o processo de conceituação vivenciado por alunos quando envolvidos em diferentes atividades em sala de aula. O percurso metodológico foi constituído por duas etapas: planejamento e estruturação de uma sequência de ensino e aprendizagem utilizando para o seu desenho, a perspectiva de Mehéut (2005) e zonas do perfil conceitual de substância proposta por Silva e Amaral (2013); e aplicação das atividades planejadas para análise do processo de conceituação vivenciado por alunos ao longo da sequência. Três aulas foram gravadas em vídeo (total de 4h) e posteriormente transcritas e analisadas, um questionário foi aplicado para toda turma e uma entrevista foi realizada com dois deles. Os resultados mostraram que quatro das cinco zonas do perfil conceitual de substância emergiram ao longo das aulas e em resposta ao questionário – generalista, utilitarista/pragmática, substancialista e racionalista - e não identificamos a emergência de ideias representativas da zona relacional. Verificamos que as diferentes atividades desenvolvidas em sala de aula promoveram mudanças nas formas de falar dos alunos e uma alternância entre diferentes modos de pensar caracterizou o processo de conceituação vivenciado pelos alunos. Esses resultados apontam para um aspecto relevante da prática docente: a importância de o professor ter conhecimento sobre os diferentes modos de pensar o conceito de substância, uma vez que eles desempenham um importante papel, não só no planejamento, mas também na mediação e direcionamento das discussões nas aulas.Referências
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