MICHAEL MATTHEWS E A ARTICULAÇÃO ENSINO DE CIÊNCIAS-HISTÓRIA DA CIÊNCIA NO BRASIL EM ARTIGOS PUBLICADOS ENTRE 2002 E 2021: COMO CAMINHAMOS PARA UMA PERSPECTIVA SOCIOPOLÍTICA?

Resumen

A articulação entre História da Ciência e o ensino de ciências tem percorrido um longo trajeto na Educação em Ciências. Entre os inúmeros trabalhos nesse campo, o estudo de Michael Matthews, de 1992, teve um impacto significativo ao propor defesas para a inclusão de abordagens históricas nas aulas de ciências, que continuam sendo relevantes até os dias atuais. Paralelamente, nos últimos anos, têm sido evidenciadas perspectivas sociopolíticas na Educação em Ciências, que direcionam os esforços para enfrentar questões fundamentais de nosso tempo. É diante dessas duas premissas que esta pesquisa analisa o movimento da articulação entre História da Ciência e ensino, com foco nas aproximações e distanciamentos das defesas estabelecidas por Michael Matthews, em 1992, e como isso se relaciona com a virada sociopolítica da Educação em Ciências. Para alcançar esse objetivo, realizamos uma revisão bibliográfica em um período de 20 anos (de 2002 a 2021), considerando dois periódicos nacionais: o Caderno Brasileiro de Ensino de Física e a revista Ciência & Educação. O estudo abordou temáticas que têm suas raízes no trabalho de Matthews, de 1992, como a mudança de concepções sobre a ciência, a aprendizagem de conceitos científicos e o enfoque sociocultural, buscando compreender as dinâmicas e reflexões presentes na literatura acadêmica dessa área ao longo do tempo e como a visão sociopolítica, advinda de perspectivas educacionais, se insere nessa articulação. Ao final, com base nos resultados encontrados, propomos como a virada sociopolítica pode ser um caminho teórico-metodológico para abordar questões contemporâneas no contexto do ensino de ciências.