A EXPERIMENTAÇÃO PELO OLHAR DE GRADUANDOS EM QUÍMICA: RELAÇÕES COM O CONTEXTO FORMATIVO
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n2p313Palavras-chave:
Formação de professores, Atividade Experimental, Representação Social, Abordagem estruturalResumo
Esta comunicação apresenta um estudo com graduandos de dois cursos de Química, denominados curso de Química A e curso de Química B. Objetivou-se identificar as Representações Sociais (RS) desses dois grupos a respeito de “experimentação” e estabelecer relações entre essas representações e o contexto formativo desses graduandos. Para isso, utilizou-se a abordagem estrutural da Teoria das RS. Para a coleta de informações, que ocorreu com 117 sujeitos, empregou-se um questionário com 12 questões, das quais quatro referem-se à técnica de livre associação de palavras a partir do termo indutor “experimentação”, enquanto as demais são de categorização dos sujeitos de pesquisa. Para o tratamento das informações, e determinação das RS desses grupos, empregou-se a análise prototípica e a análise de similitude. Os resultados mostram RS diferentes para os dois grupos. Enquanto os termos do NC das RS acerca de “experimentação” para os graduandos do curso de Química A foram: laboratório, pesquisa e teste, para os licenciandos do curso de Química B foram laboratório, pesquisa e conhecimento. Identificou-se que ambos os grupos compreendem a “experimentação” como um aspecto inerente da Química como uma Ciência empírica. Porém, além disso, os graduandos em Química do curso de Química B concebem a experimentação como um processo no ensino da Química. Dois fatores podem ser indicados como contribuintes para a explicação dessa diferença: i) a estrutura curricular dos cursos; e ii) a participação em projetos de iniciação à docência.Referências
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