PLANEJAMENTO DE AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA: UM ESTUDO NA FORMAÇÃO INICIAL

Autores/as

  • Andriele Coraiola de Souza Universidade Estadual de Londrina Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática
  • Fabiele Cristiane Dias Broietti Universidade Estadual de Londrina Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática Departamento de Química

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2018v23n3p187

Palabras clave:

Formação inicial de professores de Química, Estágio supervisionado, Matriz do Professor, Aula experimental

Resumen

A presente pesquisa focaliza a sua atenção em identificar e analisar as percepções de licenciandos de Química ao planejar aulas experimentais. Os dados consistem de registros sobre o planejamento de aulas experimentais e de entrevistas realizadas com os licenciandos. Com esse foco, a sistematização dos dados e a sua categorização foram realizados com base no referencial teórico-metodológico da análise textual discursiva e da Matriz do Professor – M(P). Como resultado, o instrumento se revelou bastante pertinente para a análise das percepções dos licenciandos ao planejar aulas experimentais, tendo sido observadas incidências em todos os setores da Matriz, com destaque nas relações: i) epistêmica com o ensino (setor 2A), ii) epistêmica com a aprendizagem (setor 3A) e iii) pessoal com a aprendizagem (setor 3B). Também foi observado, de modo geral, que as percepções estão mais direcionadas a uma linha epistêmica (A), centradas na gestão do ensino (coluna 2) e, principalmente, com uma preponderância no setor 2A. No caso, esse setor diz respeito à relação epistêmica dos professores com o ensino, ou seja, com o que eles compreendem, sabem, conhecem ou não sobre a atividade docente; com o planejamento que realizam; com as suas percepções e reflexões quanto ao seu próprio desenvolvimento como professores, com as maneiras como realizam, avaliam e procuram melhorar o ensino que praticam e, enfim, com o seu conhecimento a respeito da atuação docente. Diante das análises, é possível ratificar o pressuposto inicial de que aulas experimentais planejadas sob uma perspectiva investigativa possibilitam que sejam consideradas todas as relações com o saber presentes na M(P), favorecendo o enriquecimento do conhecimento dos futuros professores sobre processos de ensino e de aprendizagem que envolvem a atividade experimental. Nesse contexto, as análises mostraram-se expressivas para se compreender as práticas e conhecer as percepções de futuros professores de Química no que diz respeito aos procedimentos de ensino e de aprendizagem e ao conteúdo, fatores que influenciam na forma como se aprende por meio da experimentação.

Biografía del autor/a

Andriele Coraiola de Souza, Universidade Estadual de Londrina Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática

Universidade Estadual de LondrinaPrograma de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática

Fabiele Cristiane Dias Broietti, Universidade Estadual de Londrina Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática Departamento de Química

Universidade Estadual de LondrinaPrograma de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Educação MatemáticaDepartamento de Química

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Publicado

2018-12-22

Cómo citar

Souza, A. C. de, & Broietti, F. C. D. (2018). PLANEJAMENTO DE AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA: UM ESTUDO NA FORMAÇÃO INICIAL. Investigaciones En Enseñanza De Las Ciencias, 23(3), 187–210. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2018v23n3p187