IDENTIDADE E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORAS DE CIÊNCIAS COMO UMA QUESTÃO DE GÊNERO: O CASO DE NATÁLIA FLORES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p616

Palavras-chave:

Desenvolvimento profissional, Identidade, Formação de professores, Gênero, Educação Científica

Resumo

Questões de gênero são tipicamente negligenciadas na formação de professores de Ciências. Este artigo apresenta uma investigação narrativa, inspirada nos retratos sociológicos, da história de vida de Natália Flores, uma professora em formação inicial que resistiu às reprovações e à pressão por excelência que desafiam a maioria dos estudantes de Ciências. A partir de entrevistas individuais, e com base na distinção entre conhecimento conectado e separado, proposto por teorias feministas, é possível situar a constituição da identidade profissional de Natália no conflito normativo entre ser mulher e viver no Instituto de Física de uma Universidade Federal. Com uma infância marcada por relações de intimidade e sensibilidade, Natália desenvolveu o que chamamos de disposição à conexão. Por meio dessa disposição, suas escolhas e dilemas podem ser interpretados como questões de gênero. Em outras palavras, sua escolha pela Licenciatura em Física, a crise para adaptar-se ao curso, seu baixo senso de autoeficácia e o sentido que ela atribui a ser professora são experiências marcadas pela maneira como Natália aprendeu a ser mulher. Por outro lado, considerando aspectos de classe presentes na história de Natália, comuns também aos homens, esperamos que eles se identifiquem com algumas das experiências analisadas. Implicações para pensar a vida e a formação de professores nos Institutos de Física como uma questão de gênero são discutidas.

Biografia do Autor

Adriana Martini Martins, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Universidade de Brasília

ossui graduação em Química pela Universidade Estadual de Campinas (2007), graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual de Campinas (2008) e mestrado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (2010). Atualmente é Professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), no câmpus Formosa; e é aluna de Doutorado no Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências na Universidade de Brasília (UnB) na área de Sociologia da Educação, estudando como questões de gênero afetam o desenvolvimento do gosto científico.

Paulo Lima Junior, Universidade de Brasília

Possui graduação em Física (Licenciatura e Bacharelado) pela UnB (2006); mestrado e doutorado em Ensino de Física pela UFRGS (2009 e 2013); pós-doutorado em didática das ciências naturais pela Universidade de Estocolmo, Suécia (2019 a 2020). Trabalhou na UFRGS de 2008 a 2015, onde coordenou os laboratórios de ensino de Física. Foi vencedor do prêmio CAPES de tese em 2014. Atualmente, é professor Adjunto da Universidade de Brasília e membro permanente do PPG em Educação em Ciências da UnB. Baseado em sociologia da educação, investiga o papel de desigualdades sociais (gênero, cor, classe) no desenvolvimento do interesse por ciência e na formação de professores de ciências.

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Publicado

2020-12-26

Como Citar

Martins, A. M., & Lima Junior, P. (2020). IDENTIDADE E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORAS DE CIÊNCIAS COMO UMA QUESTÃO DE GÊNERO: O CASO DE NATÁLIA FLORES. Investigações Em Ensino De Ciências, 25(3), 616–629. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n3p616

Edição

Seção

Artigos