ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NO ENSINO DE FÍSICA: ANÁLISE DE UMA INTERVENÇÃO DIDÁTICA GUIADA POR QUESTIONAMENTOS METACOGNITIVOS
DOI:
https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2022v27n3p291Palavras-chave:
metacognição, ensino de Física, Ensino Médio, AutorregulaçãoResumo
O estudo parte do pressuposto de que o pensamento metacognitivo representa uma possibilidade de qualificar a aprendizagem em Física e, a partir disso, estrutura ações didáticas orientadas à sua ativação, de modo a avaliar a pertinência junto a estudantes do ensino médio. Como questão central infere a seguinte pergunta: que efeitos são percebidos nos e pelos estudantes em termos da utilização do pensamento metacognitivo, frente a um processo de intervenção didática em Física guiado por estratégias metacognitivas? Para respondê-la, o estudo se ocupa de desenhar e aplicar em cinco encontros, um conjunto de atividades orientadas por questionamentos metacognitivos a partir do estudo de Rosa (2011), para abordar tópicos de hidrostática no segundo ano do ensino médio, por meio de atividades remotas síncronas. A pesquisa de abordagem qualitativa, vincula-se a análise dessas atividades em termos de favorecedora da ativação do pensamento metacognitivo, recorrendo à produção de dados por meio de um questionário respondido pelos estudantes antes e depois da intervenção e por gravações dos diálogos desses estudantes durante as atividades. Como resultado, o estudo aponta que para os quatro estudantes participantes, ocorreu uma evolução no uso do pensamento metacognitivo, porém em distintas proporções e para diferentes elementos metacognitivos. O estudo aponta, ainda, que as estratégias metacognitivas se revelam pertinentes de serem associadas às atividades de ensino, uma vez que oportunizam momentos de tomada de consciência dos estudantes sobre seus conhecimentos, bem como oportunizam um controle sobre suas ações.Referências
Abdullah, F. A. P. B. (2009). The Patterns of Physics Problem-Solving from the Perspective of Metacognition. (Doctoral dissertation). University of Cambridge, England.
Almeida, L. S. (2002). Facilitar a aprendizagem: ajudar aos alunos a aprender e a pensar. Psicologia escolar e educacional, 6(2), 155-165. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S1413-85572002000200006
Amin, B. D., Abdullah, H., & Malago, J. D. (2018). Sketch strategy of knowledge in physics learning and its influence on metacognitive. Educational Research and Reviews, 13(7), 230-235. Recuperado de https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1176177.pdf
Antonio, R. P., & Prudente, M. S. (2022). Effectiveness of metacognitive instruction on students’ science learning achievement: A meta-analysis. International Journal on Studies in Education, 4(1), 43-54. Recuperado de https://doi.org/10.46328/ijonse.50
Bogdan, R., & Biklen, S. K. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto, Portugal: PE.
Bogdanovi?, I., Obadovi?, D. Ž., Cvjeti?anin, S., Segedinac, M., & Budi?, S. (2017). Students’ metacognitive awareness and physics learning efficiency and correlation between them. European Journal of Physics Education, 6(2), 18-30. Recuperado de http://www.eu-journal.org/index.php/EJPE/article/view/4
Bransford, J. D. et al. (2000). How people learn. Washington, DC, United States of America: National AcademyPpress.
Brown, A. L. (1978). Knowing when, where, and how to remember: a problem of metacognition. In: R. Glaser (Ed.). Advances in instructional psychology (pp. 77-165). New Jersey, United States of America: Lawrence Erlbaum Associates.
Brown, A. L. (1987). Metacognition, executive control, self-regulation, and other more mysterious mechanisms. In F. E. Weinert, and R. H. Kluwe (Eds.). Metacognition, motivation and understanding (pp. 65-116). New Jersey, United States of America: Lawrence Erlbaum Associates.
Çali?kan, Í. (2014). The Perceptions of Pre-Service Science Teachers' about Using Vee Diagrams and Electronic Portfolios in Physics Laboratuary Course. Education Research and Reviews, 9(6), 173-182. Recuperado de https://www.learntechlib.org/p/156652/
Chi, M. T., Bassok, M., Lewis, M. W., Reimann, P., & Glaser, R. (1989). Self-explanations: How students study and use examples in learning to solve problems. Cognitive science, 13(2), 145-182. Recuperado de https://doi.org/10.1207/s15516709cog1302_1
Coelho, S. M., Rodrigues, C. R., Ghisolfi, E. S. & Rego, F. A. (2012). Um exemplo prático de atividades metacognitivas aplicadas na formação de professores de física com base na pesquisa didática. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 29(3), 1108-1120. Recuperado de https://doi.org/10.5007/2175-7941.2012v29n3p1108
Flavell, J. H. (1976). Metacognitive aspects of problem solving. In L. B. Resnick (Ed.). The nature of intelligence (pp. 231-236). New Jersey, United States of America: Lawrence Erlbaum Associates.
Flavell, J. H. (1979). Metacognition and cognitive monitoring: A new area of cognitive-developmental inquiry. American psychologist, 34(10), 906. Recuperado de https://doi.org/10.1037/0003-066X.34.10.906
Flavell, J. H., & Wellman, H. (1977). Metamemory. In R. V. Kail., and J. W. Hagen (Eds.). Perspectives on the development of memory and cognition (pp. 3-33). New Jersey, United States of America: Lawrence Erlbaum Associates.
Georghiades, P. (2004). Making pupils’ conceptions of electricity more durable by means of situated metacognition. International Journal of Science Education, 2(1), 85-99. Recuperado de https://doi.org/10.1080/0950069032000070333
Ghiggi, C. M. (2017). Estratégias metacognitivas na resolução de problemas em Física. (Dissertação de mestrado). Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS. Recuperado de http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/1196
Hattie, J. (2009). Visible learning: a synthesis of over 800 meta-analyses relating to achievement. New York: Routledge.
Hinojosa, J., & Sanmartí, N. (2016). Promoviendo la autorregulación en la resolución de problemas de Física. Ciência & Educação (Bauru), 22, 7-22. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1516-731320160010002
Jacobowitz, T. (1990). AIM: A metacognitive strategy for constructing the main idea of text. Journal of Reading, 33(8), 620-624. Recuperado de https://eric.ed.gov/?id=EJ410005
Koch, A., & Eckstein, S. G. (1995). Skills needed for reading comprehension of physics texts and their relation to problem?solving ability. Journal of Research in Science Teaching, 32(6), 613-628. Recuperado de https://doi.org/10.1002/tea.3660320607
Krummenauer, W. L. & Wannmacher, C. M. D. (2014). Possíveis Causas para o Desinteresse pela Física na Educação de Jovens e Adultos na Região do Vale do Rio dos Sinos. Revista de Educação, Ciências e Matemática, 4(1), 28-44. Recuperado de https://www.semanticscholar.org/paper/POSS%C3%8DVEIS-CAUSAS-PARA-O-DESINTERESSE-PELA-F%C3%8DSICA-NA-Krummenauer-Milton/eca223d0163ea682f5a6972c2b5ec63074cdbf84
Kung, R. L., & Linder, C. (2007). Metacognitive activity in the physics student laboratory: is increased metacognition necessarily better? Metacognition Learning, 2(1), 41-56. Recuperado de https://doi.org/10.1007/s11409-007-9006-9
Maman, A. S., Brock, L., Neide, I. G., Dullius, M. M., Quartieri, M. T. (2021). Manifestações de pensamento metacognitivo em estudantes de engenharia: análise de uma intervenção didática no ensino de Física. Investigações em Ensino de Ciências, 26(3), 69-81. Recuperado de https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2021v26n3p69
McIntyre, D. (2005). Bridging the gap between research and practice. Cambridge journal of education, 35(3), 357-382. Recuperado de https://doi.org/10.1080/03057640500319065
Moreira, M. A. (1999). Teorias de Aprendizagem. São Paulo, SP: Epu.
Nora, P. S., Broietti, F. C. D., & Corrêa, N. N. G. (2021). A Autoavaliação como Processo de Metacognição na Aprendizagem de Química. Revista Debates em Ensino De Química, 7(3), 196–213. Recuperado de https://doi.org/10.53003/redequim.v7i3.3347
Pereira, M. M., & Andrade, V. A. (2012). Autoavaliação como estratégia para o desenvolvimento da metacognição em aulas de ciências. Investigações em Ensino de Ciências, 17(3), 663-674. Recuperado de https://ienci.if.ufrgs.br/index.php/ienci/article/view/180
Pozo, J. I., & Crespo, M. A. G. (2009). A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. Porto Alegre, RS: Artmed.
Proust, J. (2013). The philosophy of metacognition: mental agency and self-awareness. Oxford: Oxford University Press.
Rosa, C. T. W. (2011). A metacognição e as atividades experimentais no ensino de Física. (Tese de doutorado). Programa de pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95261
Rosa, C. T. W., & Meneses Villagrá, J. Á (2018). Metacognição e ensino de Física: revisão de pesquisas associadas a intervenções didáticas. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 18(2), 581-608. Recuperado de https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2018182581
Rosa, C. T. W., & Meneses Villagrá, J. Á. (2020). Questionamento metacognitivo associado à abordagem didática por indagação: análise de uma atividade de ciências no ensino fundamental. Investigações em Ensino de Ciências, 25(1), 60-76. Recuperado de http://dx.doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n1p60
Ribeiro, C. A. G. (2021). Estratégias metacognitivas para leitura e compreensão de textos: avaliação de uma proposta no contexto do ensino de Física. (Dissertação de mestrado). Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS. Recuperado de http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2190
Soares, C. D. (2022). Sei o que sei e o que não sei? O potencial metacognitivo associado à utilização de vídeos curtos em aulas de Física. (Dissertação de mestrado). Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS. Recuperado de http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2340
Taasoobshirazi, G., & Farley, J. A. (2013). Multivariate Model of Physics Problem Solving. Learning and Individual Differences, 24, 53-62. Recuperado de https://doi.org/10.1016/j.lindif.2012.05.001
Taylor, P. C., Fraser, B. J. & White, L. R. (1994). The revised CLES: a questionnaire for educators interested in the constructivist reform of school science and mathematics. In: Annual Meeting of the American Educational Research Association, Atlanta, GA.
Thomas, G. P. (2013). Changing the metacognitive orientation of a classroom environment to stimulate metacognitive reflection regarding the nature of physics learning. International Journal of Science Education, 35(7), 1183-1207. Recuperado de https://doi.org/10.1080/09500693.2013.778438
Trevisan, T. L. (2021). Proposta de ensino para o tema “calor” direcionada à mobilização dos estudantes do Ensino Médio para aprender Física. (Dissertação de mestrado). Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS. Recuperado de http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2191
Veenman, M. V. J., Van Hout-Wolters, B. H. A. M., & Afflerbach, P. (2006). Metacognition and learning: Conceptual and methodological considerations. Metacognition and Learning, 1(1), 3-14. Recuperado de https://doi.org/10.1007/s11409-006-6893-0
Vieira, M. S. T. C. (2018). Efeito de um programa de intervenção de estratégias metacognitivas na resolução de problemas e tomada de decisão de estudantes universitários. (Dissertação de mestrado). Programa de pós-graduação em Psicologia. Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE. Recuperado de https://portais.univasf.edu.br/cpgpsi/pesquisa/publicacoes/arquivos-dissertacoes/defesa_0027_socorro_tavares.pdf
Zohar, A., & Barzilai, S. (2013). A review of research on metacognition in science education: current and future directions. Studies in Science Education, 49(2), 121-169. Recuperado de https://doi.org/10.1080/03057267.2013.84726
Zohar, A., & David, A. B. (2008). Explicit teaching of meta-strategic knowledge in authentic classroom situations. Metacognition and Learning, 3(1), 59-82. Recuperado de https://link.springer.com/article/10.1007/s11409-007-9019-4
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marivane de Oliveira Biazus, Cleci Teresinha Werner da Rosa, Luiz Marcelo Darroz
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A IENCI é uma revista de acesso aberto (Open Access), sem que haja a necessidade de pagamentos de taxas, seja para submissão ou processamento dos artigos. A revista adota a definição da Budapest Open Access Initiative (BOAI), ou seja, os usuários possuem o direito de ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar e fazer links diretos para os textos completos dos artigos nela publicados.
O autor responsável pela submissão representa todos os autores do trabalho e, ao enviar o artigo para a revista, está garantindo que tem a permissão de todos para fazê-lo. Da mesma forma, assegura que o artigo não viola direitos autorais e que não há plágio no trabalho. A revista não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.
Todos os artigos são publicados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Os autores mantém os direitos autorais sobre suas produções, devendo ser contatados diretamente se houver interesse em uso comercial dos trabalhos.