ENSINO DE CIÊNCIAS E ASPRÁTICAS EPISTÊMICAS: O PAPEL DO PROFESSOR E O ENGAJAMENTO DOS ESTUDANTES

Autores

  • Lucia Helena Sasseron Universidade de São Paulo
  • Richard Allan Duschl Penn State University

DOI:

https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2016v21n2p52

Palavras-chave:

Ensino de ciências, práticas epistêmicas, papel do professor, engajamento

Resumo

Neste artigo, exploramos ideias que se encontram ao pensar sobre o ensino de ciências. Nossas considerações iniciam por descrever e analisar alguns aspectos das ciências e das escolas, assim defendemos a importância de que o ensino de ciências ocorra por meio do desenvolvimento de práticas epistêmicas para a abordagem de conceitos, leis, modelos e teorias científicas. Para tanto, destacamos a importância do professor como promotor de interações discursivas que podem produzir engajamento entre os estudantes. Como forma de sustentar nosso ponto de vista, analisamos situações de ensino ocorridas em aulas de ciências para alunos do Ensino Fundamental 1. Nossos resultados revelam professor e alunos participando de modo intenso em discussões, propondo ideias, comunicando entendimento, avaliando proposições e legitimando conhecimentos; nesse processo, evidências do engajamento dos estudantes são encontradas. Isso nos permite afirmar que um espaço rico em interações discursivas sobre temas das ciências pode também desenvolver oportunidades para o surgimento de práticas epistêmicas entre alunos e professor.

Biografia do Autor

Lucia Helena Sasseron, Universidade de São Paulo

Professora Doutora do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Richard Allan Duschl, Penn State University

Waterbury Chaired professor of secondary education, College of Education, Penn State University

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Publicado

2016-08-08

Como Citar

Sasseron, L. H., & Duschl, R. A. (2016). ENSINO DE CIÊNCIAS E ASPRÁTICAS EPISTÊMICAS: O PAPEL DO PROFESSOR E O ENGAJAMENTO DOS ESTUDANTES. Investigações Em Ensino De Ciências, 21(2), 52–67. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2016v21n2p52

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